A implantação destes escritórios consta no Plano Nacional de Segurança Pública. A proposta do governo federal é a criação de núcleos de inteligência nos 26 estados e no Distrito Federal. "Pelas características comuns de criminalidade, o Paraná, Mato Grosso e Mato Grosso do Sul resolveram se antecipar e estreitar os laços no combate as organizações criminosas e, principalmente, ao tráfico de drogas", explicou o secretário da Segurança Pública do Paraná, Wagner Mesquita.
Inicialmente, a intenção é que os três estados tenham acesso irrestrito e mútuo ao banco de dados. Para isso, a ideia é que Paraná, Mato Grosso e Mato Grosso do Sul cedam policiais para dar celeridade a troca de informações. Na prática, por exemplo, um policial do Mato Grosso terá acesso aos dados do Paraná e do Mato Grosso do Sul.
"A reunião foi extremamente proveitosa, ficou ajustado para fevereiro uma visita técnica do nosso pessoal da Secretaria da Segurança Pública do Paraná à Secretaria da Segurança Pública do Mato Grosso, juntamente com uma equipe do Mato Grosso do Sul também, visto que foi oferecido um software para compartilhamento de banco de dados e esse seria a primeira ferramenta comum de utilização da equipe nesses escritórios compartilhados de inteligência", adiantou Mesquita.
"A partir de agora também foi selecionado o grupo de policiais que vão trabalhar na seleção de alvos prioritários, na identificação de rotas de contrabando e tráfico de drogas, no protocolo de trabalho no repasse dessas informações para as equipes operacionais, para as delegacias especializadas, para as nossas unidades de batalhão de policiamento de fronteiras e unidades da PM espalhadas pela região de fronteira, além do que as três secretarias assinaram uma carta de intenção destinada ao Ministério da Justiça, considerando que a constituição destes escritórios compartilhados de inteligência já são o início de execução de um dos itens do Plano Nacional de Segurança Pública anunciado pelo próprio Ministro da Justiça", completou.
"Essa carta tem por objetivo solicitar algumas medidas urgentes e o custeio de diárias, de equipamentos, de viaturas, de ferramentas de trabalho para o início de trabalho desses escritórios, visto que já é um primeiro passo de execução, considerando a urgência e a necessidade no reforço e aumento da eficácia do trabalho policial na nossa região de fronteira", explicou o secretário.
TRÁFICO DE DROGAS -- O combate ao tráfico de drogas será um dos principais focos do trabalho destes escritórios de inteligência uma vez que tanto Paraná como Mato Grosso e Mato Grosso do Sul têm características de crimes da região fronteiriça – como tráfico de drogas e armas.
"Nós percebemos que os traficantes que distribuem as drogas no estado do Paraná antigamente usavam muita a rota de Foz do Iguaçu para aquisição do entorpecente, porém com a ampliação das ações de fiscalização nesta área, hoje estes traficantes estão preferindo utilizando as estradas de Mato Grosso e Mato Grosso do Sul para chegar ao Paraguai e Bolívia", comparou a delegada adjunta da Divisão de Narcóticos (Denarc) do Paraná, Camila Ceconello.
"Nestes países eles mantêm contato com os fornecedores da droga, adquirem o entorpecente, trazem para o Paraná onde a droga é distribuída. Esta integração entre as forças policias do Paraná com a dos estados do Mato Grosso e Mato Grosso do Sul, visa justamente uma troca de informações entre os setores de inteligência destas unidades policiais a respeito dos fornecedores, compradores e transportadores da drogas. E visa também uma definição de metas de combate ao narcotráfico entre estes três estados", completou a delegada.
Além dos três secretários, participaram da reunião representantes da cúpula do Departamento de inteligência dos três estados, da Polícia Militar, da Polícia Civil e ainda do DOF (Departamento de Operação de Fronteiras), além de Batalhões de Fronteira.
Redação Bonde com AEN
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