A força-tarefa de procuradores da Operação Lava Jato denunciou nesta terça-feira (8) o ex-secretário do PT Silvio Pereira e mais quatro investigados pelos crimes de corrupção e lavagem de dinheiro. Caberá ao juiz federal Sérgio Moro decidir se os acusados passarão à condição de réus.
De acordo com a denúncia, em 2004, a empreiteira GDK pagou R$ 6,8 milhões de propina aos ex-diretores da Petrobras Renato Duque, Pedro Barusco e a Sílvio Pereira para ser favorecida em uma licitação para obras em um campo gás da estatal. Em troca do suposto favorecimento, Pereira recebeu um carro da marca Land Rover, segundo a acusação.
O recebimento do carro foi investigado no inquérito da Ação Penal 470, o mensalão, em 2005, mas a Procuradoria-Geral da República (PGR) fez um acordo judicial e Silvio Pereira não foi julgado. No entanto, durante as investigações da Lava Jato, delatores afirmaram que Pereira era responsável por acompanhar os contratos da Petrobras em nome do PT.
Segundo a acusação, Pereira recebeu o carro uma semana antes do início do procedimento de licitação no qual a GDK estava envolvida.
"Não há qualquer dúvida, porém, que a doação do veículo Land Rover, avaliado na época em R$ 74 mil, a Silvio Pereira foi o pagamento de propina pelo auxílio conferido à referida empreiteira na licitação da Petrobras, conforme exaustivamente narrado", acusam os procuradores da Lava Jato.
O ex-executivo da OAS Léo Pinheiro também foi denunciado. De acordo com o MPF, entre 2009 e 2011, Pinheiro repassou a Silvio Pereira R$ 486 mil em propina, por meio da simulação de um contrato de prestação de serviço de uma empresa de eventos do ex-secretário do PT.
Silvio Pereira foi preso em abril durante a 27ª fase da Operação Lava Jato, batizada de Carbono 14, mas foi solto posteriormente pelo juiz Moro.
A Agência Brasil não conseguiu contato com a defesa do ex-secretário do PT.
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