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quarta-feira, 28 de fevereiro de 2018

UMA PEQUENA FLORICULTURA DA RUA PARÁ EM LONDRINA RECEBEU MAIS DE R$ 6 MILHÕES DA EMPRESA RIO TIBAGÍ INVESTIGADA NA OPERAÇÃO INTEGRAÇÃO

Uma pequena floricultura situada na Rua Pará, no Centro de Londrina,
 recebeu R$ 6.467.242,52 da empresa de engenharia Rio Tibagi, 
subsidiária da concessionária Econorte e investigada na Operação
 Lava Jato, segundo o Ministério Público Federal (MPF).
A Guerra & Rosa foi constituída em 2006, tendo como um dos sócios 
Leonardo Guerra, o principal administrador da Rio Tibagi, preso em
 22 de de fevereiro na 48ª fase da Lava Jato.
De acordo com os procuradores, os mais de R$ 6 milhões foram 
recebidos pela floricultura entre 2011 e 2013. Guerra deixou a
 sociedade em 2012. Atualmente, a irmã dele, Heloiza Guerra, é 
proprietária da empresa.
Nesta etapa, a operação apura crimes como corrupção, fraude a 
licitações e lavagem de dinheiro na gestão das concessões de 
rodovias federais no Paraná. A força-tarefa afirma que a tarifa de
 pedágio no estado foi superfaturada para financiar a corrupção.
"Tal volume de pagamentos não parece ser compatível com a
 aparente pequena dimensão da Floricultura Guerra & Rosa que
 não teve mais do que dois empregados entre 2008 a 2013", contestou
 o MPF, em petição protocolada junto à Justiça na segunda-feira (26).
Procurado pelo G1, o advogado Rodrigo Antunes, que representa os
 irmãos, afirmou que se manifestará apenas nos autos do processo.

Flores artificiais

Pedestres e motoristas que passam por ali quase não percebem que
 na loja fechada com uma porta de grade de ferro há um comércio 
de flores e artigos para presentes.
Se não fosse pela placa fixada em um muro, não se saberia que no 
pequeno espaço há uma floricultura.
A loja da floricultura Floribella (o nome fantasia da Guerra & Rosa), 
especialista em buquê de noivas, não tem nenhuma flor ou arranjos 
de flores verdadeiras expostos.
As poucas prateleiras de vidro sustentam pequenos vasos com
 folhagens ou flores artificiais e exemplos de cestas matinais simples. 
 Para saber quais são os produtos vendidos pela floricultura e como
 podem ser entregues, uma funcionária recorre ao site da loja para
 mostrar os itens disponíveis.

As investigações

Por meio da loja e de outras empresas de fachada, segundo a Lava
 Jato, o administrador movimentou milhões de reais em depósitos
 "sem causa lícita" em um esquema de desvio de recursos provenientes
 da concessionária.
O dinheiro desviado de tarifas de pedágios era depositado por 
empresas "prestadoras de serviços" contratadas pela Rio Tibagi,
 "embora nunca tenham registrado empregados e seus objetos 
sociais em nada se assemelhem à conservação de rodovias", 
ainda conforme a investigação.
"(...) tais empresas (de fachada ou sem capacidade operacional) 
emitiam notas referentes a transações inexistentes, de modo a
 acobertar a retirada de valores da RIO TIBAGI, os quais, posteriormente, 
eram repassados à 'FLORICULTURA GUERRA E ROSA'", acusa o MPF.
Com os recursos desviados da Rio Tibagi por meio da floricultura, 
Guerra adquiriu 40 imóveis em Londrina, entre 2011 e 2013, e 
custeou despesas próprias e de seus familiares, aponta a Receita
 Federal.
Para o Ministério Público Federal, Guerra representa "apenas a
 'ponta do iceberg' no contexto de um conglomerado de operações 
criminosas que envolvem diretamente os demais representados e 
agentes públicos sob investigação".  

48ª fase

A 48ª fase da Lava Jato tem como alvos principais servidores 
públicos e empresas investigadas por corrupção, lavagem de 
dinheiro, associação criminosa e peculato. Seis pessoas foram
 presas - entre eles, o diretor-geral do Departamento de Estradas 
de Rodagem no Paraná (DER-PR), Nelson Leal.
Além mandados de prisão, a Polícia Federal (PF) cumpriu 55 
mandados de busca e apreensão; a Casa Civil, na sede do governo 
estadual, foi um dos alvos.
Segundo o MPF, a fase da operação tenta mostrar as "reais 
De acordo com a investigação, o valor das tarifas foi superfaturado
 para financiar a corrupção.
Os presos são investigados por corrupção ativa e passiva, lavagem 
de dinheiro, associação criminosa e peculato.  G1

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