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terça-feira, 27 de fevereiro de 2018

MINISTÉRIO PÚBLICO FEDERAL PEDE PRISÃO PREVENTIVA DE DETIDOS NA OPERAÇÃO INTEGRAÇÃO

O diretor-geral do DER-PR (Departamento de Estradas e Rodagem do Paraná), Nelson Leal Júnior também foi preso na operação, que investiga suposto esquema de desvio e pagamento de propina envolvendo a concessão de pedágios no Estado. Além deles, foram detidos Wellington de Melo Volpato, Oscar Alberto da Silva Gayer e Sandro Antônio de Lima. Eles são acusados pelo MPF pelos crimes de corrupção, lavagem de dinheiro, associação criminosa e peculato. De acordo com a denúncia do MPF, a quantia de R$ 250 mil em espécie foi apreendida no apartamento de Leonardo Guerra, localizada na Gleba Palhano, durante o cumprimento dos mandados no dia da operação. Ainda conforme os investigadores, os valores "apontam para a apropriação e desvio de dinheiro em proveito próprio e alheio, oriundo do caixa da concessionária". 

A denúncia ainda aponta que os valores não foram declarados no Imposto de Renda do último ano. "O valor em dinheiro em espécie apreendido pode facilmente estar sendo usado pela estrutura criminosa para corromper servidores públicos", acrescenta.

Os procuradores apontam que o diretor-presidente da Econorte, Hélio Ogama, tinha "atuação ativa" no suposto esquema e ainda teria "posição de mando" para ocorrência dos desvios de recursos. "Inclusive por ter assinado contrato com operador financeiro e por ter negociado junto ao DER-PR os aditivos e ajustes contratuais que beneficiaram indevidamente a Econorte", acusa o MPF.

Além disso, foi apreendido na sala da presidência da Econorte, local de trabalho de Ogama, uma notícia impressa do site da Assembleia Legislativa do Estado do Paraná, onde consta a relação de fotos dos deputados estaduais que compõem a Frente Parlamentar Contra a Prorrogação dos Contratos de Pedágio no Paraná. De acordo com o documento encaminhado à 13ª Vara Federal da Subseção Judiciária de Curitiba, alguns nomes estavam grifados com sinal de adição.

O QUE DIZEM OS CITADOS

O advogado Gabriel Bertin afirmou que Ogama prestou depoimento por aproximadamente oito horas, em Londrina, nesta segunda-feira e para esclarecer todos os fatos. Ele aguarda a decisão da Justiça sobre o pedido de prisão temporária em preventiva.

Já o advogado de Leonardo Guerra, Rodrigo Antunes declarou que vai se manifestar apenas nos autos. A expectativa de Antunes é que a decisão do juiz Sérgio Moro saia ainda na noite desta segunda-feira (26), quando vence a prisão temporária de cinco dias dos acusados.

Em petição encaminhada ao juiz Sérgio Moro, a defesa de Nelson Leal Júnior questiona as investigações. "Ocorre que essa suspeita é baseada exclusivamente na situação patrimonial do investigado e na aquisição de bens por parte dele, bem como sob uma perspectiva incompleta sobre diversos fatos", argumenta.

No documento, os advogados Beno Brandão e Igor Rayzel também questionam o fato da aquisição de um apartamento luxuoso em Balneário Camboriú (SC) ser usado como "indício de corrupção". "A aquisição é obscura ao MPF, pois o órgão não ouviu os envolvidos na transação [...] simples diligências bastavam para que o Procurador tivesse ciência de que a família possuía outro imóvel que foi vendido, tendo o valor daí oriundo sido aplicado na entrada do famigerado apartamento", justifica a defesa.    Rafael Fantin 
Editor online

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