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domingo, 25 de fevereiro de 2018

LAVA JATO JUSTIÇA SEQUESTRA APARTAMENTO DO EX DIRETOR DE DER PARANÁ

A Justiça sequestrou, na sexta-feira (23), o apartamento do ex-diretor
 do Departamento de Estradas de Rodagem no Paraná (DER-PR), 
Nelson Leal Junior. Ele e mais cinco pessoas foram presas na 
quinta-feira (22), na 48ª fase da Lava Jato.
Essa etapa da operação, conforme a Polícia Federal (PF), apura 
corrupção, fraude a licitações e lavagem de dinheiro na gestão das
 concessões de rodovias federais no Paraná. Para o MPF, a investigação

Apartamento de luxo

O imóvel de Nelson fica à beira-mar em Balneário Camboriú, no
 litoral de Santa Catarina. No prédio, há um apartamento de 212
 metros quadrados por andar.
Uma funcionária, que não quis ser identificada, disse à equipe da
 RPC que Nelson esteve no local uma semana antes de ser preso.
 "Ele veio buscar a família na semana passada, foi embora no 
domingo", disse.
O apartamento custou mais de R$ 2,5 milhões. Segundo o Ministério
 Público Federal (MPF), R$ 533 mil não tiveram a origem identificada.
 O pagamento de algumas parcelas chamou a atenção dos investigadores.
Conforme o MPF, ao invés de fazer transferências bancárias, 
Nelson ia de Curitiba a Balneário Camboriú pessoalmente para 
fazer as quitações.
Os procuradores afirmam que ele colocava R$ 20 mil, R$ 40 mil
 em malas, sacolas e viajava mais de 200 quilômetros para entregar.  
 o dinheiro à construtora.
BARCOS DE  LUXO
Os procuradores afirmam que, quando ia pra Santa Catarina, 
Nelson costumava alugar barcos para passear com amigos e
 família. Segundo as investigações, a preferência era por embarcações 
grandes, com dois quartos, uma suíte, banheiro e cozinha.
A diária chega a custar R$ 16 mil. De acordo com o MPF, há evidências
 de que o depósito pelo pagamento do barco foi feito com dinheiro 
vivo, sem identificacão correta da origem.   Em depoimento aos 
procuradores, o dono da empresa que alugou o barco disse que,
 muitas vezes, Nelson veio acompanhado do empresário Wellington
 Volpato, dono de uma asfáltica em Paranavaí; e que Wellington 
chegou a ceder uma locação para Nelson.
Wellington também foi preso, suspeito de envolvimento no 
esquema da concessionária Triunfo-Econorte.
Em Balneário Camboriú, por telefone, a RPC conversou com
 um funcionário de uma marina que trabalhou no barco para 
Wellington. Ele contou que o empresário costumava dar gorjetas
 generosas. "Às vezes, de R$ 1 mil a R$ 1,5 mil", disse.

O que dizem os citados

A defesa de Nelson diz que o apartamento foi comprado com
 recursos lícitos, constantes no Imposto de Renda; e que o imóvel 
consta na declaração da empresa.
Quanto às locações, a defesa do ex-diretor do DER-PR diz que
 não há nada de anormal, que se trartava de evento especial, à
 altura das condições financeiras de Nelson.
A defesa de Wellington confirmou que ele costuma alugar barcos 
todos os anos e que a família dele e de Nelson são amigas. Sobre
 as gorjetas, o advogado desconhecer o fato e que, em depoimento 
prestado, ele esclareceu os fatos ao MPF.
Em nota, a Econorte disse que não contratou os serviços de Nelson.

Novo diretor-geral

Depois da prisão de Nelson, Paulo Montes Luz foi nomeado novo 
diretor-geral do DER-PR, ainda na quinta-feira. Paulo disse, durante
 uma entrevista coletiva concedida na sexta-feira, que considerou a 
operação um "equívoco".
Nelson foi indicado, em 2013, ao cargo de diretor-geral por José Richa 
Filho, irmão do governador Beto Richa (PSDB). Pepe Richa – como é 
mais conhecido – é secretário de Infra-estrutura e Logística do
 Paraná. G1

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