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sexta-feira, 23 de novembro de 2018

ROMBO BILIONÁRIO NO BANESTADO CHEGA A 20 ANOS

Há 20 anos chegava até à Mesa do procurador da República Carlos Fernando do Santos Lima o pedido para que investigasse um ex-gerente de câmbio do Banestado, que havia sido acusado de desviar R$ 228 mil dólares de uma agência em Nova York. O ex-gerente era Eraldo Ferreira e naquele ano de 1998 estava nascendo a força-tarefa que mexeu com o alto escalão do poder no Estado do Paraná e em Brasília.
A força-tarefa CC5, nome das contas no exterior que recebiam dinheiro desviado pelo Banestado, trouxe avanços para os métodos de investigação do crime organizado. Investigações apontaram que foram remetidos para o exterior mais de 98 bilhões de dólares no caso Banestado. Vinte anos depois, o procurador Carlos Fernando conversou com a Paiquerê e destacou que aquela investigação contribuiu em muito com o conhecimento aplicado na operação Lava Jato, que apura desvios na Petrobras.
O procurador, que deixou este ano a força-tarefa da Lava Jato e deve se aposentar no começo de 2019, afirmou que as grandes operações realizadas no caso Banestado, como a Farol da Colina, se tornaram referências no País pelo número de agentes envolvidos. Mas os números não são apenas positivos, porque as condenações se resumem a menos de cinco, mesmo sendo mais de 500 pessoas denunciadas durante a operação. Carlos Fernando lembrou ainda dos acordos de delação premiada no Banestado, pioneiros nas investigações no País.  Lima afirmou que as dificuldades para condenações mostram pouco sucesso na esfera penal. Para ele, existe um falso argumento de ampla defesa no país, que acaba impedindo o fim dos processos com sentença executáveis. Em razão disso, ele destacou a importância do projeto de dez medidas contra a corrupção.    

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