.

.

segunda-feira, 29 de janeiro de 2018

MINISTÉRIO PÚBLICO DIZ QUE DELEGADO RECEBEU R$ 50 MIL PARA LIBERAR TRAFICANTE

O delegado da Polícia Civil Max Dias Lemos, que atua em Matinhos, 
no litoral do Paraná, é suspeito de receber R$ 50 mil para libertar 
dois traficantes da prisão, de acordo com o Ministério Público (MP).
"O representado Max Lemos Dias manipulou o inquérito policial
 em proveito próprio pois recebeu a quantia de R$ 50.000,00 
(cinquenta mil reais) (...) para desfazer a lavratura do auto de
 prisão em flagrante e liberá-los", diz trecho do despacho que 
autorizou a prisão do delegado.
Além dele, outras três pessoas foram presas na operação, que 
foi coordenada pelo MP de Ibaiti, no norte do Paraná. Entre os
 presos, estão os que foram anteriormente liberados por Max, 
conforme a promotoria.   No despacho, também há trechos de 
ligações telefônicas interceptadas ao longo das investigações. 
Em uma das chamadas, o filho de um dos presos libertados por 
Max, conforme o MP, comenta que o "veinho fez acerto com os 
homens e ficou de boa".

Crime praticado de 'maneira reiterada'

A promotoria argumenta, ainda, que esse não é o primeiro caso
 do tipo envolvendo Max. Conforme o MP, o delegado também 
é suspeito de receber R$ 39 mil para permitir que um investigado
 responda em liberdade a um inquérito que investiga uma morte
 na região.
"(...) verifica-se que o representado está sendo investigado por
 crime da mesma natureza do ora analisado, em situações 
sem qualquer vínculo e com o envolvimento de pessoas diversas,
 demonstrando que o crime poderia ser praticado de maneira 
reiterada e não meramente casual", diz trecho do despacho.
Por isso, para a juíza que assina o despacho, Fabiana Ferrari, 
a prisão do delegado é necessária "para garantir a ordem pública
 ante a possibilidade concreta de reiteração delitiva".  No 
despacho, ainda é lembrado o fato de Max ter usado uma 
viatura da polícia, descaracterizada, enquanto estava de férias.
O advogado de Max, Miguelângelo Lemos disse que, por 
enquanto, a defesa não vai se posicionar sobre o assunto. 
"Não tivemos acesso aos autos, mas já solicitamos. O nosso 
pedido está em trâmite. Por isso, preferimos não nos manifestar
 no momento", explica.
O delegado deve responder por corrupção passiva majorada
 e por falsificação de documento público.
A Polícia Civil disse que vai instaurar um processo administrativo
 pela Corregedoria Geral da Polícia Civil (Cgpc), para apurar
 a conduta do servidor.
Além dos quatro mandados de prisão preventiva, outros nove
 mandados de busca e apreensão foram cumpridos nesta 
manhã no Paraná: em Ibaiti e em Londrina, no norte; em
 Matinhos, no litoral; e em Telêmaco Borba, nos Campos 
Gerais.
Os outros três presos devem responder por tráfico interestadual
 de drogas, associação para o tráfico e corrupção ativa majorada, 
conforme o MP.  

Investigações

Segundo o MP, as investigações - que duraram oito meses - 
tiveram início enquanto um homem de Ibaiti, suspeito de ser 
traficante e de liderar uma organização criminosa na região, 
era monitorado.
Durante o monitoramento, conforme a promotoria, foi descoberto 
que um policial militar e o sogro do prefeito de Ibaiti foram de 
caminhonete a Matinhos para levar drogas para o investigado.
   Foi, então, que o policial e o sogro do prefeito foram presos 
em flagrante. Conforme o MP, porém, eles ficaram na cadeia
 por uma noite. Ambos foram soltos ilegalmente por suspeita
 de pagar propina para o delegado.
"No dia do flagrante, esse traficante que seria o líder conseguiu 
fugir, mas conseguimos prendê-lo e mantê-lo preso em 
Londrina depois", relata a promotora.
A operação foi coordenada pela 2ª Promotoria de Justiça 
da Comarca de Ibaiti. Para o cumprimento dos mandados, 
o MP teve o apoio do Grupo de Atuação Especial de Combate
 ao Crime Organizado (Gaeco) e da Equipe de Inteligência 
da Polícia Militar (PM).G1  Delegado de Matinhos, Max Dias Lemos foi preso na manhã desta segunda-feira (29) (Foto: Divulgação/Polícia Civil)

Nenhum comentário:

Postar um comentário