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sábado, 23 de maio de 2015

O BRASIL DO JECA TATU 1940 E 1950 SERÁ QUE O BRASIL AINDA ERA COMO HOJE

Nas décadas de 1940 e 1950, o Brasil era um país em “desenvolvimento” – exatamente como é ainda hoje, talvez um pouco pior, porque foi preciso um ditador para garantir alguns direitos trabalhistas da classe que “carrega o piano”. Naquele tempo – como diria Paulo aos Coríntios – as estradas eram exatamente como hoje (estou fazendo uma abordagem simétrica temporal) esburacadas, cheias de atoleiros e provocavam muitas mortes – o Ministério dos Transportes dizia que a culpa era dos motoristas que não respeitavam os limites de velocidade. O Brasil não fabricava praticamente nada. Importava desde arame farpado, tela para galinheiro e penico – esclareço a geração Y que penico é um recipiente parecido com uma panela, mantido no quarto sob a cama e usado como vaso sanitário à noite. Naquele Brasil dos nossos avós e bisavós, a maioria das casas não tinha luz elétrica e nenhuma tecnologia que configurasse algum conforto para o cidadão. As mulheres de 40 anos aparentavam 70, algo semelhante com o que ocorre hoje no nordeste onde a água não chega nem através de programas cada vez mais inundados de recursos financeiros. Para retratar a realidade daquele cenário catastrófico, Monteiro Lobato criou o personagem Jeca Tatu, um caipira ordinário que em razão da falta de educação vivia doente e na miséria. Lobato foi o primeiro brasileiro a acreditar e investir na extração do petróleo nacional. Criou a Companhia Petróleos do Brasil, uma empresa de capital aberto que em quatro dias vendeu 50% das ações. Acreditava ele que a produção de petróleo e energia poderia melhorar a vida dos brasileiros. Foi perseguido por um bando de hipócritas getulistas, os quais mais tarde protagonizaram a campanha “O petróleo é nosso” que culminou com a criação da Petrobras. Esta semana vendo uma reportagem na TV sobre a crise da energia no Brasil, me deparei com uma cena surreal: “... na casa humilde da senhora que deveria ter 45 mas parecia vinte anos mais velha, o repórter e o ‘especialista em economia de energia elétricaÂ’ em um clima quase que festivo, procuravam saltitantes opções para economizar a conta da luz. E elas vieram: 1. desligar o ar condicionado, 2. não usar mais a máquina de lavar, 3. não usar mais o chuveiro elétrico, 4. desligar a geladeira durante a noite, e 5. não ligar mais as lâmpadas, o uso de lanternas com pilhas recarregáveis a luz solar é mais barato e não irá onerar os reservatórios de água”. Francamente. A reportagem foi tão medíocre, ridícula e desrespeitosa com o cidadão brasileiro, que cheguei a pensar que o próximo conselho do tal “especialista” fosse comprar um penico. Roberto Campos já falava da incompetência administrativa brasileira há muitos anos. E quando era criticado por dizer que a Petrobras deveria ser privatizada, dizia que não era bem assim. Antes seria preciso mandar metade dos funcionários embora. O tempo passou e infelizmente vemos que o Brasil de hoje não é mesmo muito diferente daquele da década de 1940. O preço de um penico popular/adulto está a partir de cinquenta reais. Semana que vem esse preço deve subir. Por Rogério Antonio Lopes-Colunista Informe Policial.com

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