Apesar da expectativa de que o ano tenha fechado com aumento da massa salarial em termos nominais, a elevação do desemprego contribuiu para uma queda de cerca de 7% na arrecadação do Imposto de Renda Pessoa Física e na receita previdenciária.
No ano, destacou-se ainda a queda real nos tributos sobre a produção, como IRPJ e CSLL (-14%) e IPI (-11%). Também houve redução de 5% na arrecadação de contribuições como PIS/Cofins, que refletem os resultados negativos do comércio e dos serviços.
Por outro lado, o Imposto de Renda retido na fonte cresceu 6%, influenciado principalmente pelo rendimento de aplicações financeiras. Além dos juros mais altos, houve migração de dinheiro da poupança, que é isenta, para investimentos tributados. As desonerações tributárias custaram R$ 103,3 bilhões, 4% a mais do que no ano anterior, apesar das medidas do governo para tentar reduzir esses benefícios, parte delas modificadas pelo Congresso.
PROJEÇÕES
O Chefe do Centro de Estudos Tributários e Aduaneiros, Claudemir Malaquias, afirmou que as projeções para 2016 ainda não estão fechadas. A Receita já estima, no entanto, que a piora nos dados de emprego devem jogar algumas previsões para baixo. A reoneração da folha de pagamento, por exemplo, deve render para o governo menos que os quase R$ 11 bilhões estimados no Orçamento. Isso ocorre, por exemplo, porque muitas empresas que passariam a recolher mais encargos cortaram o número de funcionários, segundo a Receita. "Os setores que vão ser afetados pela reoneração também foram fortemente atingidos pelo desaquecimentos da economia. Esses postos de trabalho talvez já não existam mais", afirmou Malaquias. (Eduardo Cucolo/Folhapress)
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