O ex-assessor de André Vargas (PT-PR), condenado a 14 anos de prisão na
Operação Lava Jato por lavagem de dinheiro e corrupção passiva, foi
preso nesta quinta-feira, 28, na Argentina, acusado de assaltar duas
mulheres portando uma arma de plástico. André Alliana foi detido na
cidade de Puerto Iguazu, localizada a 1,2 mil quilômetros de Buenos
Aires.
Alliana
acabou de ser nomeado secretário parlamentar do deputado Zeca Dirceu
(PT-PR). A nomeação foi publicada na edição do dia 12 de janeiro no
Diário Oficial da União. Zeca Dirceu é filho do ex-ministro José Dirceu,
que também foi preso durante a Operação Lava Jato e já havia sido
condenado no processo do mensalão por corrupção ativa. Desde novembro do
ano passado, ele cumpria pena de 7 anos e 11 meses em regime
domiciliar.
Segundo a polícia de Puerto Iguazu, Alliana teria abordado uma
jovem com uma pistola 9 mm de brinquedo e roubado a carteira dela. O
crime aconteceu na quinta-feira passada. Após o incidente, a mulher
relatou o caso para a polícia, que passou a procurar pelo suspeito.
Nesta quinta, os policiais localizaram Alliana, que tentou fugir
e acabou fraturando o fêmur. O ex-assessor de Vargas tinha com ele, de
acordo com a polícia, pertences de outras pessoas e a arma falsa. Ele
foi atendido no hospital da cidade e encaminhado para a cadeia. Depois
de ter sido preso, Alliana ainda foi reconhecido por outras vítimas. A
polícia investiga supostas participações do ex-assessor em pelo menos
outros 10 crimes semelhantes que ocorreram em Puerto Iguazu.
A polícia informou à reportagem que Alliana permanecerá preso.
Procurado pela reportagem, Zeca Dirceu informou via assessoria
de imprensa que Alliana "nunca trabalhou com o deputado". Em nota, a
assessoria do parlamentar comunicou ainda que Alliana não chegou a tomar
posse do cargo, pois o deputado cancelou o efeito da nomeação após
analisar "documentação e histórico" do ex-assessor de Vargas.
O diretório estadual do PT também divulgou nota e pediu que a
justiça argentina tome providências cabíveis caso os crimes sejam
comprovados. No texto, o presidente do PT-PR, Enio Verri, escreveu
também que Alliana é filiado ao partido, mas nunca ocupou cargos na
direção da sigla.
A reportagem tentou entrar em contato com o pai de Alliana, mas ele não retornou as ligações até o fechamento dessa reportagem.
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