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domingo, 1 de março de 2015

O RAIO DA CORRUPÇÃO QUE CAIU QUATRO VEZES EM LONDRINA

Uma teoria criada em 1967 pelo psicólogo norte-americano Stanley Milgram prega que, no mundo, são necessários no máximo seis laços para que duas pessoas quaisquer estejam ligadas. Desde então, cientistas se debruçam sobre esse estudo e alguns deles chegaram a concluir que a quantidade de passos para se chegar a alguém pode ser ainda menor hoje em dia, muito em função das redes sociais.
Se fosse possível aplicar a teoria dos seis graus de separação em escândalos políticos, a Operação Lava Jato, que vai completar um ano de investigações, poderia servir de base. E, nesse caso, o local escolhido para o início das buscas seria Londrina, que abrigou pelo menos duas peças-chaves do processo: o doleiro Alberto Youssef, hoje preso, e o ex-deputado José Janene, morto em 2010.
Há pelo menos quatro escândalos nacionais que tiveram origem, ou pelo menos passaram, por Londrina: o caso AMA/Comurb, o escândalo do Banestado, o mensalão e, finalmente, a Lava Jato. Para o promotor Claudio Esteves, que atua há 18 anos na cidade, o índice não representa algo negativo. “Não acho que Londrina seja diferente de outros municípios. Isso existe em todos os lugares. O que existe é uma confluência de fatores que levou a uma elucidação desses casos mais do que em outros lugares”, diz.
A vereadora Elza Correia (PMDB), autora de uma das primeiras denúncias de casos de corrupção na cidade, faz coro ao promotor. “Londrina é uma cidade jovem e com potencial. Ela tem uma efervescência política oriunda de um caldeirão de pensar, em função das universidades e dos núcleos culturais”, avalia. Coincidentemente – ou não – dois prefeitos do Município foram cassados nos últimos 15 anos: Antonio Belinati (PP) e Barbosa Neto (PDT).
Esteves admite, porém, que há pouco graus de separação entre políticos, empresários e doleiros citados em processos judiciais envolvendo corrupção no Brasil. E dois nomes se repetem: o de Youssef e o de Janene, descritos pelo promotor como duas pessoas “ousadas” quando a questão era desviar dinheiro. “Aparentemente, eles importaram uma metodologia de desvio de dinheiro e aprimoraram o processo aqui.”
A reportagem apurou como outros casos e outras pessoas possuem poucos graus de separação com a Lava Jato, um dos maiores escândalos de desvio de dinheiro público do País - e todos se relacionam a Londrina. JL.

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