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segunda-feira, 23 de março de 2015

EMPRESA DE LUIZ ABI ANTOUN DOOU R$ 100 MIL REAIS A CAMPANHA DE BETO RICHA

Apesar de o governo do Estado e o próprio governador Beto Richa (PSDB) insistirem que não têm qualquer relação de proximidade com o empresário preso Luiz Abi Antoun, fatos novos surgem a cada dia para desmontar a versão oficial. A prestação de contas da campanha eleitoral de 2014 mostra que uma empresa de propriedade da família Abi Antoun doou R$ 100 mil ao tucano. Além disso, quando Richa se reelegeu prefeito de Curitiba, em 2008, o próprio Luiz Abi contribuiu com R$ 2 mil para a campanha. Abi é parente de Richa.
Segundo dados do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), a Alumpar Alumínios, sediada em Londrina, doou R$ 100 mil a Richa no pleito de 2014. A empresa, conforme registro na Junta Comercial do Paraná, pertence à GV Alumínios e à KLM Brasil. Esta última, com sede em Cambé, tem como sócios os dois filhos de Luiz Abi: Kouthar e Nemer Abi Antoun. De acordo com a certidão da KLM, Nemer é representado na sociedade pela mãe, Eloiza Fernandes Pinheiro Abi Antoun. Eloiza é vice-presidente da Sercomtel e na semana passada, pediu licença do cargo por dez dias.
Os documentos da Junta Comercial apontam ainda que o próprio Luiz Abi constava como sócio da empresa quando ela foi criada, em setembro de 1990. O empresário, porém, deixou a sociedade em maio de 2012.
As doações do círculo de Luiz Abi às campanhas de Richa também incluem uma contribuição de R$ 2 mil quando o tucano se reelegeu prefeito da capital no primeiro turno, em 2008. De acordo com o TSE, Abi doou a quantia do próprio bolso, como pessoa física.
Luiz Abi também ajudou Gustavo Richa (PHS), primo do governador, a se eleger vereador em Londrina. Na campanha de 2012, a KLM Brasil e a GV Alumínios – proprietárias da Alumpar – doaram R$ 5 mil cada uma para Gustavo, o sexto mais votado entre os 19 vereadores eleitos.
Parente distante
Desde que Luiz Abi foi preso, há uma semana, por suposta fraude em uma licitação do governo para consertar veículos oficiais do Estado na região de Londrina, Beto Richa tenta desvincular sua imagem do empresário. Na última sexta-feira, ao falar em público sobre o assunto pela primeira vez, o tucano afirmou que tem apenas “relações sociais” com Abi e que não pode ser punido pelos erros de outras pessoas. Richa ainda ressaltou que o parentesco entre eles é de sétimo grau, o que sequer é reconhecido pelo Código Civil.
Há vários anos, porém, Abi é tratado como primo do governador e uma das pessoas mais influentes no Executivo estadual, sem que a informação fosse contestada. Os dois, inclusive, aparecem juntos em fotos na internet e em colunas sociais em eventos festivos. Em 2013, por exemplo, quando Richa recebia uma delegação norte-americana no seu gabinete no Palácio Iguaçu, Abi aparecia em uma das fotos do encontro divulgadas pela agência de notícias do governo. Minutos depois, ele foi “removido” digitalmente da imagem.
Ao longo da semana passada, durante um depoimento, Abi foi acompanhado do advogado Marcello Alvarenga Panizzi, que é funcionário da liderança do governo na Assembleia Legislativa e já atuou em órgãos do Executivo. Questionado pelos jornalistas, Panizzi disse que conhece o empresário “do governo”.
Além disso, o juiz Katsujo Nakadomari, responsável pelo caso, autorizou que Abi fosse transferido da unidade 2 da Penitenciária Estadual de Londrina para uma sala reservada no Batalhão do Corpo de Bombeiros da cidade. A alegação foi que “a transferência se deu por esse parentesco [com Richa] e pelo momento político que não é muito apropriado para o governador”. JL

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