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quarta-feira, 4 de fevereiro de 2015

ANEEL PROPÕE REAJUSTE DE 26% NA LUZ PARA COBRIR ROMBO

Com o fim do auxílio de R$ 9 bilhões em subsídios pagos pelo
Tesouro Nacional, a conta de luz dos consumidores das
Regiões Sul, Sudeste e Centro-Oeste terá um reajuste de
19,97% derivado dos gastos com programas sociais que
 voltarão a ser cobrados na tarifa de energia. Somado ao
 aumento do preço da eletricidade de Itaipu, também repassado
 ao consumidor, o “tarifaço” para essas três regiões
chegará a 25,97% em 2015.Além disso, as contas de luz
terão o impacto adicional do reajuste ordinário deste ano.
Para algumas empresas, 
a elevação da tarifa pode superar os 50%, índice muito
 acima do previsto pelo Ministério de Minas e Energia até aqui.
Os números foram apresentados ontem pela Agência Nacional
de Energia Elétrica (Aneel) em sua proposta para o orçamento
do fundo setorial Conta de Desenvolvimento Energético (CDE),
que foi colocada em consulta pública. Segundo o relator do processo,
diretor Tiago
 de Barros Correia, as despesas com programas setoriais do
setor elétrico vão atingir R$ 25,961 bilhões neste ano –
as receitas próprias da CDE somarão apenas R$ 2,75 bilhões.
 A conta a ser paga pelos consumidores somará R$ 23,21 bilhões
 em aumentos na tarifa de energia.
O diretor-geral da Aneel, Romeu Rufino, considerou “razoável”
 o reajuste extraordinário nas contas de luz de consumidores do Sul,
Sudeste e Centro-Oeste. Questionado sobre o impacto médio
 nas tarifas, Rufino não quis adiantar nem confirmar números.
Respondeu apenas que o aumento “deve ser dessa ordem”.
Para as distribuidoras das Regiões Norte e Nordeste, os
reajustes para cobrir o fundo CDE devem ser de 3,89%,
 “significativamente menores”, segundo Rufino. Esses consumidores
não pagam a energia de Itaipu, por exemplo. Além disso,
o custo dos programas sociais é dividido numa proporção
menor para esses consumidores – 80% vão para Sul,
Sudeste e Centro-Oeste e 20% para Norte e Nordeste.
Embate
A divulgação do orçamento da CDE carimbou a vitória da
nova equipe do Ministério da Fazenda, comandado por
Joaquim Levy. O ministro de Minas e Energia, Eduardo Braga,
lutava para que o Tesouro bancasse pelo menos R$ 6 bilhões
dos R$ 9 bilhões previstos originalmente no orçamento federal.
Do total de despesas da CDE deste ano, R$ 5,464 bilhões são
 despesas de anos anteriores que ficaram para 2015, ou seja,
 restos a pagar.
 A maior parte, R$ 20,495 bilhões, são gastos correntes previstos
 para este ano, que incluem subsídios para irrigantes, produtores
 rurais e carvão mineral, Tarifa Social da Baixa Renda, Luz pra
Todos e despesas com combustível para as térmicas da
Região Norte do país.
Rufino disse que os reajustes extraordinários não incluem os
custos do empréstimo de R$ 17,8 bilhões dados às distribuidoras
em 2014. Essa e outras despesas correntes serão transferidas
para a conta de luz nos reajustes anuais ordinários –
cada distribuidora tem uma data fixada, entre fevereiro e dezembro.

Apagão reduz produção em papeleira

A produtora de papel cartão Ibema (foto) deixou de produzir
cerca de 2 mil toneladas desde o final do ano passado devido às
constantes paradas na produção, causadas pela instabilidade no
 Sistema Elétrico Nacional. Segundo a companhia, frequentes
oscilações têm provocado desligamentos repentinos da produção.
Desde o início das atividades em 2015, em janeiro, foram totalizadas
100 horas de perda na produção.

O pico das interrupções ocorreu no último dia 19, às 14h55, quando
 um apagão no sistema provocou queda de energia em várias cidades,
entre elas, Turvo (região Central do Paraná), onde fica a fábrica da Ibema.
Segundo o diretor industrial da companhia, Fernando Sandri,
foram mais de 12 horas com as máquinas paradas. A empresa
 informou ainda que as interrupções resultaram em avarias em motores,
 nos sistemas de controle de processo, instrumentos e em uma das
 cortadeiras. Por ano, a fábrica produz 90 mil toneladas de papel cartão.

Estadão Conteúdo Web

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