.

.

quinta-feira, 26 de fevereiro de 2015

CAMINHONEIROS TENTAM DRIBLAR FISCALIZAÇÃO E FAZEM PROTESTOS EM ESTRADAS

Com várias decisões judiciais determinando a saída de caminhoneiros dos bloqueios em estradas de Londrina e região, a Polícia Rodoviária Estadual (PRE) e a Polícia Rodoviária Federal (PRF) tentam agir rápido para impedir a permanência dos manifestantes nos acostamentos.
No entanto, não tem sido simples: como o movimento não é liderado pelos sindicatos de classe, os caminhoneiros independentes tem agido de surpresa, buscando paralisar trechos em pistas de forma inesperada.
Apesar da desmobilização do movimento nos pontos principais da PR-445 e na BR-369 – inclusive no trecho entre Londrina e Cambé – as polícias monitoram as estradas de forma contínua e tentam encontrar novos pontos de bloqueio para “dissolvê-los” antes que se tornem aglomerações com centenas de veículos de carga.
Perto das 17h desta quinta-feira (26), a PRE conseguiu desobstruir a paralisação no viaduto, mas os próprios policiais sabiam que o movimento parece longe de terminar. “Vamos convencendo na conversa. Só que a gente aperta aqui e eles saem para outros lugares. E vamos atrás tentando garantir o fluxo do trânsito no diálogo”, explicou o soldado Leme, da PRE. “Igual gato e rato mesmo”, comparou. Apesar das determinações para que saiam, nenhum dos policiais da PRE portava o documento da Justiça para convencer os caminhoneiros.
Segundo o policial, somente veículos de passeio – que também passaram a ser usados nos bloqueios de caminhoneiros – acabaram multados em R$ 127 por parar em local proibido. “Só não multamos os caminhões no acostamento porque pode haver uma reação violenta. O objetivo não é criar enfrentamento nem desafiar o pessoal”, garantiu o policial.
Na BR-369 e na PR-445, caminhões circulavam normalmente após a intervenção das polícias, que continuam monitorando os pontos de paralisação. Antes, por volta do meio-dia desta quinta-feira (26), manifestantes chegaram a jogar pedras contra uma caminhonete que conseguiu furar o bloqueio perto do viaduto, flagrante mostrado ao vivo pela RPCTV Londrina. Após serem retirados do local, voltaram a se aglomerar próximo a Arapongas (BR-369) e em Cambé, perto do Jardim Ana Rosa (PR-445).
No fim da tarde desta quinta-feira, centros de distribuição de supermercados - como da rede Muffato e Almeida - localizados às margens da BR-369, operavam sem impedimentos.
“Estamos exaustos, mas não vamos parar”, garante Francielle Vieira, 27, na boleia com o marido e a filha Luara, de seis meses. Desde o sábado, a família parou de transportar cargas entre o Paraná e Santa Catarina, principalmente de fubá, para engrossar a movimentação. “A polícia mandou todo mundo sair de onde estávamos. Mas como não houve acordo com ninguém, vamos continuar tentando”, assegura.
Segundo ela, os governos federal e estadual precisam ouvir a reivindicação contra o preço do diesel, dos fretes e dos pedágios. “Se não negociarem nada que nos sirva, nem voltamos para trabalhar. Seria aceitar pagarmos para trabalhar”, diz ela.
De acordo com Francielle, os caminhoneiros continuam se comunicando, principalmente pelo telefone, para encontrar locais onde seja possível continuar o movimento. “Multa de R$ 5 mil por hora? Não temos nem para viver. Quem vai pagar isso?” JL.

Nenhum comentário:

Postar um comentário