Após reunião de negociação entre representantes do movimento estudantil e a reitoria da Universidade Estadual de Londrina (UEL), os alunos receberam prazo até sexta-feira (18) para desocupar a reitoria, o Centro de Educação, Comunicação e Artes (Ceca) e a Rádio UEL. Segundo a reitora Berenice Jordão, houve um acordo com os integrantes do movimento depois do debate em relação as reivindicações do grupo.
"A negociação foi bastante longa e as dúvidas foram esclarecidas. Essas propostas não têm condições de irem além. Além disso, foi acordado que eles terão o prazo que eles dizem ser necessário para fazer o chamamento de uma nova assembleia com os estudantes. Nós demos a sexta-feira como prazo final para a desocupação de todos os espaços, até às 9 horas da manhã", reforçou Berenice. A reitora afirmou ainda que o prazo "independe do resultado da assembleia". "Se não houver obediência a esse acordo, teremos que pensar em outras medidas", concluiu.
A UEL começou a ser ocupada pelos estudantes no final de outubro. Na primeira semana de novembro, o movimento seguiu para a Rádio UEL e a reitoria. Em nota, a reitoria da universidade se comprometeu a discutir propostas de ampliação e reforma da Moradia Estudantil em reunião do Conselho de Administração da universidade marcada para o dia 23 de novembro. Um grupo de trabalho também deve ser criado para debater mudanças no regimento da moradia.
A reitoria da UEL reforçou ainda que é favorável à política de cotas e contrária aos projetos de reforma do ensino médio e da escola sem partido. Caso a Rádio UEL seja desocupada, representantes dos estudantes, professores e funcionários terão espaço na programação. O calendário acadêmico ainda será analisado.
Para uma das integrantes do comando de greve estudantil, Ana Rosisca, houve avanços na reunião realizada na manhã desta segunda-feira (14) com a reitora da universidade. "Alguns pontos foram atendidos como a não retaliação e a não criminalização dos estudantes. A reitora também vai agendar uma reunião com a prefeitura para que não seja cortado o passe livre", comentou.
Os estudantes marcaram uma nova assembleia para esta quinta-feira (17) para deliberar sobre os rumos da greve estudantil e das ocupações. "Eu não tenho como garantir a desocupação. A gente teve um posicionamento final da reitora hoje. Ela avançou em vários pontos, em outros nem tanto. Se a assembleia considerar que dá pra aceitar o que ela fez... É a assembleia que vai decidir sobre a desocupação", afirmou.
O balanço da reunião com a reitora da UEL foi repassado durante a tarde aos demais participantes das ocupações no campus. Apesar do cansaço, os grupos se revezam durante todo o dia para reivindicar melhorias para a educação e se posicionar contra as propostas do governo federal. "Acho que é um levante, uma tomada de consciência em relação aos ataques que a gente está sofrendo. É para cima da gente que vai vir o corte de verbas no posto de saúde, na educação, vai ser concreta essa retirada de direitos. A gente sabe que é mais do que necessário um movimento como esse", afirmou Ana ao avaliar a mobilização dos estudantes em todo o País. bonde.com
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