Ao contrário da presidente Dilma Rousseff que abriu mão do recesso de fim de ano e cumpre agenda normal esta semana, 15 dos 31 ministros resolveram se ausentar de Brasília e só devem retornar à Esplanada dos Ministérios na próxima segunda-feira, 4.
Segundo levantamento feito pelo jornal O Estado de S.Paulo, alguns ministros aproveitaram o período para tirar férias e adiar ainda mais o retorno à capital federal. Esse foi o caso de Aloizio Mercadante, ex-ministro da Casa Civil, que hoje está à frente do Ministério da Educação. Braço direito de Dilma até outubro, ele só vai voltar ao batente no dia 11.
Desses 15 ministros, dois deles afirmaram que não estão em Brasília, mas que continuam trabalhando normalmente. André Figueiredo (Comunicações) disse que aproveitou o fim do ano para visitar órgãos ligados à pasta no Ceará, seu Estado Natal. Já a assessoria de Helder Barbalho (Secretária de Portos) afirmou que ele está despachando do Rio de Janeiro. Os compromissos de ambos não foram registrados nas agendas disponíveis nos sites dos ministérios.
Dos três ministros que ocupam gabinetes no Palácio do Planalto, apenas o da Comunicação Social, Edinho Silva, optou por desfrutar do período de recesso. Jaques Wagner (Casa Civil) e Ricardo Berzoini (Secretaria de Governo) cumprem expediente normal esta semana. Os dois, inclusive, têm sido convocados pela presidente para reuniões diárias.
Os novos ministros da Fazenda, Nelson Barbosa, e do Planejamento, Valdir Simão, também não tiveram descanso e tiveram de comparecer a uma reunião no Palácio da Alvorada já na segunda-feira. Na pauta do encontro, o desafio de colocar em prática medidas para o País voltar a crescer.
O titular da pasta do Trabalho e da Previdência Social, Miguel Rossetto, por sua vez, foi escalado nesta terça, 29, para anunciar o reajuste do salário mínimo, que passou de R$ 788 para R$ 880.
O advogado-geral da União, Luis Inácio Adams, responsável pela defesa de Dilma no processo de impeachment, também optou por não se afastar de Brasília. "Este ano, é ministro sem férias", afirmou.
A batalha que vai enfrentar na Câmara para não ser afastada do cargo e a pior crise econômica das últimas décadas fizeram com que Dilma desistisse de tirar folga este ano. Esta foi a primeira vez desde que assumiu a Presidência, em 2011, que a petista não vai ter um período de descanso no fim de ano.
Nem mesmo a expectativa do nascimento do segundo neto fez com que a presidente passasse mais tempo com a filha Paula, em Porto Alegre. Na semana do Natal, ela ficou apenas três dias na capital gaúcha e retornou a Brasília no sábado, depois de sobrevoar áreas afetadas por enchentes no Rio Grande do Sul.
Durante o primeiro mandato, Dilma sempre viajou com a família para o mesmo lugar: a Base Naval de Aratu, na Bahia. No ano passado, ela tirou apenas cinco dias de descanso, pois teve de retornar a Brasília no dia 1º de janeiro, para a cerimônia de posse.
Segundo a Secretaria de Comunicação do governo, não há uma norma que especifique quantos dias um ministro pode ou não se ausentar de Brasília durante o período de festas. De acordo com um ofício do Ministério do Planejamento, este ano a "recomendação" era que os servidores dos órgãos públicos se revezassem e um grupo trabalhasse durante a semana do Natal, de 21 a 25 de dezembro, e outro do Ano Novo, de 28 de dezembro de 2015 a 1º de janeiro. COLABOROU TÂNIA MONTEIRO
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