Um raio pode cair duas vezes no mesmo lugar? É difícil. Quatro então é praticamente impossível, mas não em Londrina. Uma série de reportagens especiais produzida pela Gazeta do Povo e que o JL publica a partir de hoje mostra como a cidade se tornou, à revelia, uma espécie de berço dos maiores escândalos de corrupção que atingiram o País nos últimos 15 anos.
Tem conexão londrinense pelo menos quatro grandes casos. O menor deles, mas não menos importante, foram as denúncias, em 1999, envolvendo as extintas AMA e Comurb. O esquema teria sido criado para desviar recursos oriundos da venda da parte da Sercomtel. Foi ali que nomes que vieram a ficar conhecidos nacionalmente pouco tempo depois, como o ex-deputado José Janene e o doleiro Alberto Youssef, despontaram. Deste escândalo, que derrubou o prefeito Antonio Belinati, Londrina se viu envolvida na lavagem de dinheiro que passaram pelas contas do Banestado através de empresas fantasmas.
Outro grande esquema de corrupção que tem digital pé-vermelha é o mensalão, que estourou em 2005. José Janene foi apontado como responsável pela distribuição de R$ 4,1 milhões do valerioduto entre os seus pares do PP. O escândalo mais atual, ainda em curso, é investigado pela Lava Jato. Com os mesmos envolvidos. As próximas páginas ajudam a entender estas estranhas coincidências e as origens desta tempestade de corrupção.
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