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terça-feira, 3 de março de 2015

CASO DE EXPLORAÇÃO SEXUAL EM LONDRINA CONTINUA FISCAL DA RECEITA ESTADUAL ORLANDO ARANDA É PRESO

Os policiais do Grupo de Atuação e Combate ao Crime Organizado (Gaeco) podem ter chegado ao terceiro caso de estupro contra vulnerável, dentro das investigações sobre crimes sexuais cometidos por agentes públicos contra menores de idade em Londrina. O fiscal da Receita Estadual (RE) Orlando Aranda, preso preventivamente na manhã desta terça-feira (3), é suspeito – segundo o delegado do Gaeco Ernandes Cézar Alves – de ter praticado atos sexuais contra uma menina de 13 anos. O caso teria ocorrido em 2002.
A mesma condição se aplica ao auditor da RE Luís Antônio de Souza: apesar de já estar detido, ele foi alvo de um novo mandado de prisão preventiva. Além deles, o ex-assessor do governador Beto Richa (PSDB) em Londrina, Marcelo “Tchello” Caramori também está preso sob a acusação de estupro de vulnerável.
Segundo Alves, a prisão do fiscal é resultado de um desdobramento das investigações que já vêm acontecendo. “Surgiu um novo fato, um novo elemento dando conta de que o suspeito, com a intermediação das duas aliciadoras, concretizou um programa com uma adolescente de 13 anos à época dos fatos. Caracteriza-se não só facilitação à prostituição, mas também estupro de vulnerável”, explicou. A vítima tem hoje 25 anos.
Fiscal nega participação em esquema
Aranda chegou dirigindo o próprio carro na sede do Ministério Público. Logo em seguida, saiu com os policiais e retornou em um carro oficial do Gaeco. Junto com ele também foi trazido um malote com o que parecia ser um computador em seu interior. Ao sair, ele disse não saber por que tinha sido preso. “Desconheço qualquer situação. Fui intimado, e vamos verificar o que aconteceu. Não sei de nada ainda”, declarou, antes de ser conduzido à Unidade II da Penitenciária Estadual de Londrina (PEL II).
O advogado dele, Matheus Vergara, tentou desqualificar a prisão do fiscal. “Não existe acusação. No Brasil existe um sistema de prisão já antigo, que agora é usado de modo demasiado, a torto e a direito, que é a prisão preventiva. Qualquer declaração, qualquer indício, vai lá e pede-se a prisão preventiva. Repito: não existe acusação. Existe uma prisão que a gente ainda não sabe se o Tribunal de Justiça vai manter”, declarou. Para o advogado, até mesmo uma “vingança pessoal” poderia estar por trás da prisão.
Vergara também defendeu o advogado e ex-presidente do PV em Londrina Marcos Colli, condenado e preso na Penitenciária Estadual de Piraquara por estupro de crianças. À época, em uma entrevista exclusiva ao JL, ele acusou as mães das meninas de prostituírem as filhas. Uma das táticas de Vergara foi apontar Colli como doente mental, e que por isso “não teria condições de entender o caráter ilícito dos atos que praticou”. Colli foi condenado a mais de 220 anos de prisão em regime fechado. JL.
Aliciadoras já foram vítimas
Familiares e amigos das duas mulheres presas, Sandra Soares Marques e Eliane Ribeiro, também estavam na sede do Ministério Público quando elas foram encaminhadas ao 3º. Distrito Policial. O advogado da primeira, Otávio Fujimoto, negou que a prisão dela teria relação ao esquema de aliciamento e favorecimento à prostituição. Segundo o advogado, sua cliente teria relação com um caso de roubo de cabelo na Rua Sergipe. Apesar da declaração, Fujimoto não detalhou o caso.
O defensor da segunda, Thiago Nakagawa, confirmou que ambas ficaram caladas e não chegaram a prestar depoimento. Eliane não teria, de acordo com o defensor, participação no caso. Alguns familiares dela tentaram impedir que fotógrafos e cinegrafistas registrassem tanto a chegada quanto a saída de Eliane ao Gaeco. Uma mulher que disse ser irmã dela chorava muito no momento em que a suspeita era conduzida ao DP. “Eu odeio esse homem que foi preso”, gritava, se referindo a Luís Antônio de Souza.
As duas são apontadas pelo delegado do Gaeco como ex-prostitutas, e que desta forma teriam contato tanto com as supostas vítimas quanto com os acusados. “Elas um dia foram aliciadas, elas também eram garotas de programa. Já com esse histórico, faziam contato com as meninas. O início disso ainda está muito nebuloso, por isso não posso afirmar o período em que isso começou aqui na cidade”, disse.

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