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terça-feira, 24 de março de 2015

BASE DO GOVERNADOR BETO RICHA AGE PARA INVIABILIZAR CPI DA RECEITA ESTADUAL

A Assembleia Legislativa (AL) do Paraná formalizou a criação de cinco novas Comissões Parlamentares de Inquérito (CPIs), de temas diversos, todas propostas por parlamentares da base aliada ao governador Beto Richa (PSDB). A situação inviabiliza, ao menos pelos próximos 90 dias, a instauração dos grupos que investigariam a crise financeira do Estado e o suposto esquema de corrupção existente na Receita Estadual em Londrina, ambos sugeridos pela oposição. O regimento interno da Casa estipula como número máximo a existência simultânea de cinco CPIs. 

Na última quarta-feira, os líderes partidários começaram a indicar os membros para a comissão dos Caixas Eletrônicos, de autoria de Felipe Francischini (SD), e para a da ocupação fundiária de Pontal do Paraná, protocolada por Fernando Scanavaca (PDT). No mesmo dia, a deputada Cantora Mara Lima (PSDB) apresentou dois requerimentos – um para apurar casos de violência contra a mulher e outro para averiguar maus-tratos a animais. A quinta CPI, de iniciativa de Missionário Ricardo Arruda (PSC), é a das Construtoras. 

Diferentemente da CPI da Receita, que até ontem contava com oito apoiadores – os seis oposicionistas e mais os "independentes" Tercílio Turini (PPS) e Márcio Pacheco (PPL) -, as cinco oficializadas já possuem as 18 assinaturas necessárias. O presidente da AL, Ademar Traiano (PSDB), disse que o critério utilizado para se dar prioridade é o de chegada. "Nada impede a oposição de protocolar à Mesa um novo pedido. Uma vez encerrada (uma das cinco), imediatamente se instala a outra", explicou. O prazo para conclusão de cada um dos trabalhos, de 90 dias, porém, pode ser prorrogado. 

"O governo vai colocar seus deputados mais uma vez numa situação vexatória? É CPI do Pé de Couve, CPI da Feira da Maçã e CPI da ‘Eu quero uma CPI para Bloquear a CPI da Oposição’?. Chega a ser um desaforo", criticou Requião Filho (PMDB). Para Mara Lima, contudo, toda CPI traz benefícios. Ela argumentou que o Paraná tem tratado de forma errônea os animais. A tucana afirmou que não vê problemas em conversar com os colegas para inverter a ordem de discussões. No entanto, negou que siga orientações do Palácio Iguaçu. "A gente aqui é dono das próprias atitudes." 

Contrário à CPI da Receita, o londrinense Tiago Amaral (PSB) elogiou a atuação do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) no caso. "Eu quero a investigação, a apuração e a responsabilização. Hoje, o melhor órgão, com capacidade para atingir esse objetivo é o Gaeco. Não quero ver nenhum político tentando ganhar palco e repercussão midiática sem apresentar uma solução efetiva." Já Turini falou que não se trata de uma questão política. "Tudo aqui é político. A denúncia é grave e há muita gente envolvida. A Assembleia precisa averiguar como isso se relaciona a órgãos do Estado. Não pode simplesmente cruzar os braços."

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