A Divisão de Combate à Corrupção da Polícia Civil deflagrou na manhã desta terça-feira (12) a Operação Espelho Falso. Segundo o delegado Alan Flore, investigação apura um suposto esquema de corrupção para o desvio de verbas do Hospital Universitário de Londrina (HU). O prejuízo teria chegado a cerca de R$ 1,1 mi. “Como a investigação ainda está em andamento, o valor pode subir”, aponta o delegado.
No início da manhã 26 policiais saíram às ruas para cumprir oito mandados de busca e apreensão e cinco de sequestro de bens, cinco veículos que teriam sido comprados com dinheiro do esquema. Ninguém foi preso. A Polícia chegou a requerer mandados de prisão, mas a Justiça não acatou o pedido.
As investigações começaram em outubro de 2018, quando o Tribunal de Contas do Estado (TCE-PR) encontrou inconsistências nas contas do HU e comunicou a polícia. O esquema, que teria começado em 2016, seria comandado por Lucélia Pires Ferreira, uma servidora responsável pela Secretaria da Diretoria Clínica do Hospital Universitário de Londrina e contava com a participação de mais cinco suspeitos, entre eles uma médica que seria a proprietário de uma empresa de prestação de serviços ao hospital que ganhou um pregão licitatório para prestação de serviços médicos. Uma segunda empresa já foi identificada por fazer parte da fraude. Casa na rua Samuel Wainer, na zona sul de Londrina, foi um dos alvos de mandados na operação Espelho.

No decorrer das investigações, a PCPR descobriu, ainda, que há suspeitas do envolvimento de uma terceira empresa no esquema criminoso. Esta teria recebido um pagamento no valor de R$295 mil e repassado, a pedido da servidora, ao seu genro e à médica recém-formada. A empresa prestava serviços ao Hospital Universitário na contratação de médicos anestesistas e teria repassado esse valor para os envolvidos, alegando que eles haviam sido contratados por meio dela para trabalhar no hospital.
Segundo as investigações, por meio destas empresas, eram feitos pagamentos de atividade médicas através de registros de frequência falsos. Nos espelhos, como são chamados esses registros de frequência, eram inseridos serviços que não eram prestados e o dinheiro pago por isso, era desviado para o esquema. “Identificamos médicos que sequer conheciam estar sendo beneficiados pelo dinheiro desviado”, comentou Alan Flore.
Os envolvidos podem responder por organização criminosa, fraude em licitação, peculato, falsificação de documento público e lavagem de dinheiro. Os médicos que prestaram serviços regulares não são investigados, nem a direção do Hospital Universitário (HU) que atuava na época que teriam ocorrido os crimes.
A investigação foi intensificada quando, em outubro, a servidora do Hospital Universitário foi encontrada morta. Lucélia Pires Ferreira tinha uma reunião marcada com integrantes do Tribunal de Contas no Hospital Universitário, avisou a colegas que estava chegando mas não compareceu. Dias depois o corpo foi encontrado, sem marcas de violência, em um rio entre Porecatu e Alvorada do Sul.
O esquema teria chegado ao fim com o desaparecimento da servidora. A Divisão de Combate à Corrupção da Polícia Civil está tentando rastrear o dinheiro que teria sido desviado. “Queremos tentar reaver a maior parte para que seja devolvido aos cofres públicos”, finaliza o delegado. Fonte: taroba.com
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