"Temos incontáveis locais e possibilidades para implantar focos de atração do turista", avalia Mehl. "Pretendemos criar as alternativas, com infraestrutura e conforto, e fazer concessões para administração da iniciativa privada".
O diretor explica o interesse do governo: o turismo é uma fonte quase inesgotável de progresso econômico, com o "efeito colateral" de ser uma arma para a preservação ambiental. E cada região do Paraná tem seus próprios atrativos e possibilidades de desenvolvimento.
Ciclismo de aventura
Por enquanto, Faxinal (a 330 quilômetros de Curitiba) explora o turismo de aventura num terreno bem acidentado entre o segundo e o terceiro planaltos paranaenses, que reúne nada menos que 108 cachoeiras com mais de cinco metros de altura. São tantas e tão lindas que o município nem se dá ao trabalho de catalogar os inúmeros saltos e cascatas menores. Por ali passam entre 180 mil e 200 mil turistas a cada ano.
Num começo de organização, cinco municípios da região já estruturaram uma rota para ciclismo de aventura, cujos 230 quilômetros devem estar propriamente sinalizados também até o final deste ano. No percurso, que pode durar até cinco dias, estão trilhas de bicicleta que passam por paisagens rurais, rios, cachoeiras e áreas de mata. O plano quer criar estratégias para garantir o desenvolvimento de novos negócios ligados ao turismo, para a geração de emprego e renda.
Cada uma das cidades tem seus próprios atrativos. O percurso passa por Mauá da Serra, conhecido pela culinária alemã e polonesa; Rosário do Ivaí, que reúne os mais altos picos da região, próprios para a prática de parapente; Grandes Rios, que, como o nome sugere, está praticamente ilhada entre três dos maiores rios do Paraná, e oferece esportes aquáticos, assim como o quinto município do roteiro, Borrazópolis.
Eles se somam às cachoeiras de Faxinal, município que também está organizando outra atração bastante especial, um cânion de 10 quilômetros, área que está sendo negociada com os proprietários para ser transformada em Área de Preservação Ambiental (APA). Em seguida deve ser tombada pelo município para permitir o gerenciamento do espaço para desenvolver o turismo. No Vale do Ivaí estão dois dos mais procurados santuários religiosos do Paraná – o de Santa Rita de Cássia, em Lunardelli, e o de Santo Expedito, em Apucarana, onde também estão os parques da Bíblia e da Redenção.
Sustentabilidade
Assim como a Associação dos Municípios do Vale do Ivaí (Amuvi) discute em conjunto um Plano Regional de Desenvolvimento do Vale, também a vizinha Comunidade dos Municípios da Região de Campo Mourão (Comcam) trabalha em conjunto em outro projeto de Turismo Religioso e Sustentável, também chamado de Rota da Fé, que está em plena atividade.
Essa rota integra atrativos religiosos, naturais, culturais e históricos ao turismo religioso, com foco na sustentabilidade. A ideia é transformar o setor numa atividade local economicamente e ecologicamente viável. Embora tenha sido criado pela Diocese de Campo Mourão, a Rota da Fé é uma romaria inter-religiosa que percorre lugares sagrados do rito católico, ucraniano e evangélico, diferentes culturas, costumes locais, gastronomia e natureza. No passeio, com apoio do Instituto Ambiental do Paraná (IAP), são plantadas árvores nativas em parte do traçado e alevinos são soltos nos rios da região.
O movimento promove a caminhada de romeiros a cada dois meses, já há seis anos. A cada vez, percorre no mínimo dois municípios – são caminhadas, orações, reflexões, penitências e celebrações. Promovida pela Fundação São José de Ciências Humanas e Religiosas, a rota fez aparecer vários pontos de apoio, como pousadas e restaurantes, já que atrai gente de longe também. Fonte: bonde.com
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