.

.

terça-feira, 26 de junho de 2018

JUIZ SÉRGIO MORO ENVIA INQUÉRITO RELACIONADO AO EX. GOVERNADOR DO PARANÁ PARA JUSTIÇA ELEITORAL

O juiz federal Sérgio Moro remeteu, nesta segunda-feira (25), o inquérito
 relacionado ao ex-governador do Paraná e pré-candidato ao Senado, 
Beto Richa (PSDB), à Justiça Eleitoral.
Contudo, no despacho, Moro afirma que a competência é da 
Justiça Federal e não da Justiça Eleitoral. "Não se trata de mero
 caixa dois de campanha", afirmou o juiz, que é o responsável pelos 
processos da Operação Lava Jato na 1ª instância.
O inquérito apura suposto caixa dois, por parte da Odebrecht, nas
 campanhas eleitorais de 2008, 2010 e 2014.

Moro pede devolução de inquérito

Para o juiz, houve pagamento de vantagens financeiras por solicitação
 de agente público – o ex-chefe de gabinete de Beto Richa, Deonilson
 Rodo.
Há indícios, de acordo com Moro, de "contrapartida à vantagem
 financeira", ou seja, de corrupção.
Moro diz que, mesmo que "seja prematura qualquer conclusão antes 
do encerramento das investigações", há prova de que os pagamentos
 em 2014 tiveram "presente contrapartida específica".   Ao encaminhar
 o inquérito à Justiça Eleitoral, Moro diz que espera respeitosamente 
que os autos sejam devolvidos para a continuação dos crimes de 
corrupção, lavagem e fraude à licitação.
"De todo modo, tendo a Corte Especial entendido que caberá à 
Justiça Eleitoral avaliar se há competência exclusiva ou concorrente 
ou agregue-se nenhuma competência, não há alternativa a este 
Juízo se não remeter os autos à Justiça Eleitoral para que profira
 sua avaliação", diz outro trecho do despacho de Moro.
Em nota, o ex-governador Beto Richa afirmou que "a decisão 
unânime da Corte Especial do Superior Tribunal de Justiça é juridica-
mente perfeita e justa ao reconhecer a competência exclusiva da 
Justiça Eleitoral, onde os fatos serão devidamente esclarecidos, 
e afastando qualquer hipótese de pagamento de vantagens
 indevidas".  

Recurso da defesa

A Corte Especial do Superior Tribunal de Justiça (STJ) acolheu
 um recurso da defesa de Richa e determinou que o inquérito 
para a Justiça Eleitoral do Paraná. A decisão é do dia 20 de junho.
A investigação foi para a primeira instância depois que Richa 
renunciou ao cargo de governador, em abril deste ano, para 
disputar as eleições e perdeu o foro privilegiado.
A defesa do ex-governador recorreu do envio do processo à 
Justiça Federal e, por unanimidade, os ministros do STJ decidiram
 que essa parte do inquérito que estava com Moro deve ser
 analisada exclusivamente pela Justiça Eleitoral.
O caso trata principalmente da duplicação da PR-323 e investiga
 suposto favorecimento à Odebrecht em troca de dinheiro para 
a campanha de reeleição de Richa ao governo, em 2014.
À época, por meio de nota, Beto Richa afirmou que a decisão do
 STJ "é perfeita e justa, ao reconhecer a competência exclusiva
 da Justiça Eleitoral, onde os fatos serão devidamente esclarecidos".

Áudios indicam direcionamento de licitação

 interesse em participar de uma licitação do projeto de duplicação 
da PR-323, indicam que o governo Richa atuou na tentativa de 
direcionar a licitação para a Odebrecht na obra à época da sua 
reeleição para governador, em 2014.
O custo total da obra, que seria realizada no noroeste do Paraná,
 ficaria em R$ 7 bilhões. A Odebrecht venceu a licitação, mas o 
projeto nunca saiu do papel.
O construtor é Pedro Rache, diretor-executivo da Contern, uma 
construtora do grupo Bertin, que teria interesse em participar da
 licitação.
A governadora Cida Borghetti (PP) determinou a exoneração de
 Deonilson Roldo de diretor da Copel e de outros cinco cargos que 
ocupava no Governo do Paraná. G1

Nenhum comentário:

Postar um comentário