De acordo com o professor de Geologia da Universidade Estadual de Londrina (UEL) José Paulo Pinese, que acompanha a medição realizada desde o início do mês por técnicos da Universidade de São Paulo (USP), o tremor foi registrado às 14h13.
Os especialistas do Centro de Sismologia da USP analisaram o histórico desta tarde com informações obtidas das estações de Pitanga (88 km ao norte de Guarapuava) e Pacaembu (em São Paulo), além de dados enviados por um dos quatro sismógrafos instalados em Londrina. A longitude e latitude apontam que o epicentro deste tremor teria sido o Jardim Aragarça, nas proximidades do aeroporto Governador José Richa, na zona leste. "Constatamos preliminarmente que foi um abalo de magnitude 1,8 grau na escala Richter. Ainda estamos baixando as informações da estação de Fartura (SP) para poder dimensionar melhor. Como não obtivemos os dados das outras três estações de Londrina, que estão sofrendo problemas de transmissão e de sinal [elas operam com internet móvel], deixando gaps [lacunas] na aferição, a localização do epicentro não está 100% certa, pode ter sido em outro ponto em um raio de até 5 km", informa o técnico em sismologia do centro da USP José Roberto Barbosa, que tem acompanhado de perto a situação da cidade.
Barbosa pede à população que utilize o site do centro para poder reportar os locais em que os tremores são percebidos. "Se as pessoas passarem sua localização e o horário em que sentiram o abalo, poderemos determinar com mais precisão o epicentro. Nosso objetivo é diminuir a imprecisão e chegar aos dois ou três epicentros que há em Londrina. Com estas informações, será possível saber o que está acontecendo", detalha. Clique aqui para entrar na página do Centro de Sismologia da USP utilizada para reportar ocorrências.
Desde o final do ano passado, foram registrados tremores que atingiram 1,8 e 1,9 na escala, além de abalos menores que ficaram próximos de 1,5. "Quando é sentido em diversas partes da cidade, significa que já atingiu 'um vírgula alguma coisa' na escala", explica Barbosa.
Em nota divulgada pela Prefeitura de Londrina, José Paulo Pinese informou que até a próxima segunda-feira (25) a USP deverá enviar um novo relatório a respeito dos tremores percebidos por moradores do Jardim Califórnia e outros bairros.
Fórum
O Corpo de Bombeiros foi acionado e informado sobre a presença de rachaduras em algumas paredes do fórum. A equipe de engenharia da Companhia de Habitação de Londrina (Cohab) esteve no local para verificar os possíveis estragos e avaliar a estrutura do edifício. O projeto estrutural foi requerido junto à direção do fórum. "Os engenheiros estão levantando a documentação para poder ter mais dados e precisão na análise. A princípio, o fórum não está interditado e aguardamos o laudo técnico para poder tomar as medidas necessárias", diz o secretário municipal de Defesa Social e coordenador da Defesa Civil, coronel Rubens Guimarães. O edifício permaneceu fechado durante toda a tarde de quinta.
Erivelton Afonso/WhatsApp Grupo Folha
Segundo a advogada Beatriz Piero Bon Almeida, que trabalha na Promotoria da Infância e da Juventude, o tremor foi percebido com intensidade nos pavimentos mais baixos do fórum. "Nós que estávamos no último andar não sentimos nada, mas pessoas que trabalham nos primeiros andares disseram que houve um estrondo bastante alto e alguns computadores chegaram a tremer", afirma. Todos foram retirados do prédio e dispensados do trabalho cerca de meia hora depois. Atualmente, o fórum antigo abriga as varas criminais e de infância e juventude.
O diretor do fórum, juiz Luiz Valério dos Santos, confirmou a presença de rachaduras e garantiu a reabertura nesta sexta (22). "Decidimos evacuar o prédio porque não sabíamos o que estava acontecendo. Foi uma medida de segurança. Está sendo feita uma avaliação técnica, mas o fórum deverá ser reaberto amanhã", disse durante entrevista coletiva nesta tarde.
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