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quarta-feira, 26 de agosto de 2015

POLÍCIA FEDERAL DESMONTA QUADRILHA DE CONTRABANDO EM IBIPORÃ

Estimativa aponta que movimentação financeira da organização era de cerca de R$ 15 milhões por mês

Celso Pacheco
Operação Etiqueta cumpriu mandados de busca e apreensão em 11 locais de Londrina e Ibiporã
Rei Santos
"Do que comercializavam por mês, recolhiam impostos de somente R$ 4 milhões", observou o delegado Sandro Roberto Viana dos Santos
A Polícia Federal de Londrina, em parceria com a Receita Federal, desmantelou ontem no município e em Ibiporã um esquema de contrabando de descaminho trazidas da China e do Paraguai. Batizada de Operação Etiqueta, a ação cumpriu mandados de busca e apreensão em 11 locais. A polícia calcula que a organização movimentava por mês cerca de R$ 15 milhões. Além do descaminho, há suspeita de sonegação de impostos, associação criminosa e corrupção ativa nos mesmos moldes do esquema envolvendo o pagamento de propina a fiscais da Receita Estadual, apurado pelo Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) na Operação Publicano.

Segundo o delegado Sandro Roberto Viana dos Santos, da Polícia Federal, a quadrilha agia desde 2010. Inicialmente, a organização trazia mercadorias do Paraguai para a região. Ao chegar nos municípios envolvidos, as peças tinham as etiquetas trocadas por costureiras das empresas do grupo para serem vendidas em lojas próprias ou de terceiros. "Do que comercializavam por mês, recolhiam impostos de somente R$ 4 milhões", observou Santos.

As roupas eram trazidas do Paraguai para o Paraná de ônibus, carros próprios e até caminhões. Santos comenta que, num determinado período, para se ter uma ideia, alguns barracões abrigavam entre 30 e 40 carretas de contrabando. "Ocorre que esse grupo tinha quase 50 empresas abertas em nome de terceiros, laranjas e funcionários. Eles usavam do mesmo esquema apurado na Operação Publicano para corromper auditores fiscais para facilitar abertura e fechamento de empresas, para não promover as fiscalizações devidas", salientou. O valor das propinas chegaria a R$ 200 mil mensais.

Conforme o delegado, a proximidade com estes fiscais permitia que empresas que estivessem com a carga tributária muito alta encerrassem as atividades, deixando o débito em aberto. "Geralmente, os fiscais aplicavam multa nas empresas do grupo, com valor menor, para dar certa regularidade com relação à atuação deles", pontuou.

Ainda de acordo com Santos, o grupo abria empresas importadoras de vestuários, em especial da China, para ocultar a movimentação financeira criminosa. A intenção era que o material fosse efetivamente fiscalizado, uma vez que apresentava guias de importação que davam suporte à importação irregular que vinha do Paraguai. "Eles aproveitavam para passar o restante das mercadorias do Paraguai. Ficava um bolo só e não se sabe o que era ou não importado regularmente", assinalou o delegado. Segundo ele, as investigações apuraram que, das importadoras citadas pela organização como regulares, uma não existe mais e outra recebeu baixa junto à Receita Federal há mais de seis meses.

Durante a operação, os agentes da PF apreenderam roupas com etiquetas trocadas e etiquetas soltas. Cinquenta policiais federais e auditores da Receita Federal participaram da ação.

O caso agora deve seguir para a Receita Federal, que vai investigar a regularidade das importadoras envolvidas e fazer uma análise documental da parte tributária. O Gaeco ficará responsável pela apuração sobre corrupção ativa. Fonte:folha de londrina
Antoniele Luciano
Reportagem Local

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