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sábado, 29 de agosto de 2015

LUIZ ABI ANTOUN ARROLA COMO TESTEMUNHAS NOMES CONHECIDOS NO MEIO POLÍTICO

Os réus da segunda fase da Operação Publicano, cujo processo tramita na 3ª Vara Criminal de Londrina, arrolaram figuras conhecidas no cenário político paranaense como testemunhas de defesa. A lista com os nomes mais conhecidos é a de Luiz Abi Antoun, parente distante do governador Beto Richa (PSDB), que até ser denunciado, em março, por suposto envolvimento em fraude em licitação, tinha livre acesso ao Palácio Iguaçu; era tido como assessor do governador, embora não exercesse cargo comissionado. 

Coincidentemente, Abi arrolou como testemunhas pessoas próximas de Beto, como o secretário estadual de Desenvolvimento Urbano, Ratinho Júnior (PSC), que é deputado estadual licenciado; o presidente da autarquia estadual Fomento Paraná, Juraci Barbosa Sobrinho; e o coordenador da Região Metropolitana de Londrina (RML), Vitor Hugo Dantas, além do deputado estadual Tiago Amaral (PSB), da base de sustentação do tucano. Também está na lista o prefeito de Assaí (RML), Luiz Alberto Vicente, o Luiz Mestiço (PSDB). 

Na petição, não há informações sobre os motivos pelos quais essas pessoas foram arroladas: se têm conhecimento dos fatos, ou seja, da suposta organização criminosa que funcionava na Receita Estadual de Londrina, da qual Abi seria um dos líderes políticos, conforme a acusação do Ministério Público (MP); ou se se seriam as chamadas "testemunhas abonatórias", cuja finalidade é falar sobre a vida pregressa do réu, acentuando qualidades de caráter. O escritório do advogado Roberto Brzezinski Neto, em Curitiba, que defende o empresário, não deu O deputado Tiago Amaral disse ter ficado surpreso com a convocação. "Eu fiquei sabendo pela reportagem da FOLHA. Realmente fiquei surpreso porque não sei como poderia contribuir (com a defesa de Abi)", afirmou. Ao ser questionado sobre a natureza das relações que mantém com Abi, Tiago afirmou que conhece o empresário "como qualquer londrinense, nunca tive nenhuma relação". 

O deputado também foi arrolado como testemunha de acusação pelo Ministério Público. Possivelmente, neste caso, porque foi citado por um empresário de Londrina (cliente de Tiago, que era advogado tributarista à época, entre 2011 e 2012) que pagou propina a auditores da Receita. Em depoimento ao MP, o dono de uma revendedora de máquinas agrícolas afirmou que Tiago, a seu pedido, entregou R$ 33 mil a um auditor fiscal da Receita de Londrina e, com isso, foram liberados créditos tributários para sua empresa. O parlamentar nega. "Apesar dos comentários que acabaram saindo, não tenho nenhum tipo de investigação em relação a mim. Não sei como poderei contribuir." 

O prefeito de Assaí afirmou que desconhecia ter sido arrolado para o caso Publicano. Disse que como prefeito e filiado ao PSDB trabalhou na campanha de Beto Richa, mas que não teve contado direto com Abi, a quem conhece "há mais de 10 anos". "Eu o conheci ainda quando o Beto era deputado estadual." No segundo processo da Publicano, Abi é acusado de ter exigido recebido propina cobrada por auditores de dois empresários da região. Os valores teriam sido repassados à campanha de Beto, segundo o auditor Luiz Antonio de Souza, delator do esquema. 

Ao atender a FOLHA, Mestiço disse que "achava que seria arrolado como testemunha do caso da licitação do Deto porque trabalhei no Deto até seis meses antes das eleições de 2012", afirmou o tucano. De fato, Mestiço também foi convocado para o processo da Voldemort no qual Abi, junto com outros réus, é acusado de fraude na contratação emergencial de Providence para prestar serviços à frota oficial do Estado. A dispensa de licitação foi feito no Deto, Departamento de Transporte Oficial, órgão da Secretaria Estadual de Administração e Previdência. Neste caso, além de Mestiço, Abi convocou praticamente toda a cúpula da Polícia Militar de Londrina, incluindo três tenentes-coronéis e um capitão. 

Ao secretário Ratinho Júnior, a reportagem deixou recado a sua assessoria, que disse não ter conseguido localizá-lo; quanto o presidente da Fomento Paraná, a assessoria sequer deu retorno. O coordenador da RML não foi localizado nem no órgão e tampouco em seu celular. à solicitação de entrevista. Fonte: bonde.com

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