Cerca de 500 famílias do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) ocuparam no último sábado (1º) a Fazenda Porta do Céu, em Florestópolis (região metropolitana de Londrina). A área de 2 mil hectares pertence à família Atalla, empresa paranaense do agronegócio. O acampamento do movimento ganhou o nome de Zilda Arns.
A assessora de imprensa do MST no Paraná, Giani Paula de Souza, garantiu que a fazenda foi declarada improdutiva pelo Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra) no ano de 2008. "É a nossa quarta ocupação de terras da família Atalla no estado", acrescentou a assessora, citando que as outras três áreas ficam em Porecatu e Centenário do Sul, também na região norte do Paraná.
Segundo ela, não foi registrado nenhum tipo de confusão ou confronto durante a ocupação. "Está tudo muito tranquilo. A polícia não interviu. Só vamos sair se houver pedido de reintegração de posse", afimrou.
Giani lembrou que o Grupo Atalla possui mais de 42 mil hectares de terras no Paraná e em São Paulo. A empresa, de acordo com ela, já foi denunciada por violações dos direitos trabalhistas. "Em 2008, 228 trabalhadores foram encontrados em situação degradante, semelhante ao trabalho escravo, em fazendas da família. Nós realizamos as ocupações como forma de protesto", argumentou.
A assessoria destacou, ainda, que o grupo possui dívidas com a União. "A empresa também é acusada de causar prejuízos ao meio ambiente", completou. O Grupo Atalla é um grande produtor do ramo sucroalcooleiro. A empresa é dona da Usina Central de Porecatu.
A ocupação de Florestópolis também faz parte do chamado "Carnaval Vermelho".
A reportagem do Bonde tentou contato com o grupo Atalla nesta segunda-feira, mas não obteve sucesso. bonde.com
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