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segunda-feira, 6 de fevereiro de 2017

PRODUTOS QUÍMICOS ANTIADERENTES SÃO COMUNS EM EM LANCHES E PODE PASSAR PARA OS ALIMENTOS

Os Hambúrgueres, batatas fritas, tacos e doces vêm embrulhados em
papel à prova de gordura e caixas que muitas vezes contêm produtos
químicos antiaderentes que podem passar para os alimentos, disseram
pesquisadores americanos na semana passada.
O estudo, publicado na revista científica "Environmental Science and
Technology Letters", testou mais de 400 amostras de 27 redes de fast
food nos Estados Unidos.
Quase metade dos embrulhos de papel e 20% das amostras de
papel-cartão - como caixas de batatas fritas e pizza - continham flúor,
um marcador para produtos químicos altamente fluorados usados
em tapetes resistentes a manchas, utensílios de cozinha antiaderentes
 e roupas impermeáveis.
"Os embrulhos para comida Tex-Mex, sobremesas e pães eram os
 mais propensos a conter flúor", disse o estudo.
O estudo não demonstrou nenhum dano específico à saúde humana
decorrente da exposição a esses produtos químicos - conhecidos
como substâncias PFAS (perfluoroalquiladas e polifluoroalquiladas)
 - em embalagens de alimentos.

Riscos

Mas os pesquisadores alertaram que a exposição a alguns PFAS
está associada com câncer, desordem da tireoide, supressão imune,
 baixo peso ao nascer e diminuição da fertilidade, de acordo com
estudos prévios.
"Essas substâncias químicas foram associadas a vários problemas
de saúde, por isso é preocupante que as pessoas estejam potencialmente
 expostas a elas em alimentos", disse a autora principal do estudo,
Laurel Schaider, química ambiental no Instituto Silent Spring.
"As crianças estão especialmente em risco de efeitos sobre a saúde,
porque seus corpos em desenvolvimento são mais vulneráveis a
produtos químicos tóxicos", acrescentou.
Seis das amostras continham um PFAS de cadeia longa chamado
ácido perfluorooctanoico (PFOA), também conhecido como C8,
apesar de vários grandes fabricantes dos Estados Unidos terem
concordado em parar de usar compostos C8 nas embalagens de
alimentos devido a riscos para a saúde, depois de uma revisão da
Food and Drug Administration (FDA, agência sanitária americana),
em 2011.
Os pesquisadores também detectaram alguns compostos de PFAS
de cadeia curta, que têm sido cada vez mais usados como substitutos
 para os PFAS de cadeia longa.
"Os compostos de substituição são igualmente persistentes e não foi
demonstrado que são seguros para a saúde humana", disse a
coautora Arlene Blum, fundadora do Instituto Green Science Policy.
"É por isso que precisamos reduzir o uso de toda a classe de
compostos altamente fluorados. A boa notícia é que existem alternativas
não fluoradas disponíveis", acrescentou.
Cerca de uma em cada três crianças americanas comem fast
 food todos os dias.
Os Estados Unidos começaram a eliminar progressivamente
alguns PFAS em 2000, mas outros países ainda os produzem,
e eles tendem a permanecer no meio ambiente por longos períodos
depois de serem descartados em aterros sanitários.
Estudos anteriores demonstraram que as substâncias presentes
nas embalagens alimentares podem migrar para os alimentos. G1

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