Estudantes e professores de várias escolas de Londrina se reuniram mais uma vez em um protesto na manhã desta quarta-feira (5) na área central da cidade. Os manifestantes protestaram contra as propostas do governo federal para mudanças no Ensino Médio. Em, coro, o grupo pediu a saída do governador do Paraná, Beto Richa, e prometeu invasão às escolas, caso a reforma seja aprovada. Dessa vez o movimento teve o apoio direto de professores e funcionários de colégios.
Segundo o professor Bruno Garcia, a principal reivindicação é que a reformulação do Ensino Médio seja discutida com estudantes, professores e movimentos sociais. "Não somos contra a reforma do ensino, pelo contrário, concordamos com ela. Mas defendemos que a alteração seja amplamente discutida com a comunidade escolar, que será atingida diretamente por qualquer que seja a mudança adotada pelo governo", afirmou. A opinião é compartilhada pelo professor de sociologia Camilo Serafim, que, além de criticar a "falta de diálogo na reforma", afirmou que a mudança deve desvalorizar a profissão. "Queremos que a reforma seja discutida com todos os envolvidos para evitar situações que prejudiquem um dos lados. A exclusão de disciplinas é um ponto que precisa ser reconsiderado, porque isso, além de prejudicar os professores, vai prejudicar também os alunos."
Os manifestantes fizeram uma passeata pela região central e percorreram a Avenida Higienópolis, onde seguiram até o Colégio Vicente Rijo.
Uma assembleia está convocada para o início da tarde desta sexta-feira (7), onde a União Paranaense dos Estudantes Secundaristas (Upes) definirá com os alunos a possibilidade do início de uma paralisação geral.
Segundo informações da APP Sindicato, que representa os professores, a categoria deverá se reunir nesta quinta-feira para deliberar sobre uma possível greve dos docentes.
Na tarde desta quarta-feira (5), a Upes afirmou ser contra a MP de Reforma do Ensino Médio. "A medida tramita no Congresso Nacional e propõe uma mudança estrutural do ensino sem consulta popular. Queremos diálogo! O projeto foi colocado de forma autoritária, imposto à juventude e à sociedade sem nenhum tipo de debate, ação que representa de maneira clara o tipo de democracia praticada pelo governo atual. Assim como o PL da Lei da Mordaça, que ganhou espaço após a tomada de posse do governo golpista de Michel Temer, a reforma do ensino médio é mais uma medida que não dialoga com os estudantes, assim como não atende às necessidades das escolas brasileiras", declara.
"Muitos colégios ocupados, tem suas pautas próprias, buscando uma escola de melhor qualidade (necessidades básicas precisam ser atendidas) e reforma geral dos colégios (pintura, cortina e acessibilidade). Pedimos também a garantia de que durante a gestão do governo Beto Richa não haja a reformulação do Ensino Médio (MP 746), e também que não será tirado nenhum direito trabalhista, retaliação de funcionários e professores. Garantia de passe livre irrestrito para todos os estudantes, dando direito e acesso a cultura, lazer e esporte", completa.
O presidente da Upes foi chamado para uma conversa junto a secretária Educação, Ana Seres. Ainda não há data marcada.
Em relação às ocupações, 11 escolas foram ocupadas em todo o estado até o momento.
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