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sexta-feira, 26 de fevereiro de 2016

PARANÁ PODE AUMENTAR SEU POTENCIAL DE EXPORTAÇÃO DE CARNE SUÍNA

Gina Mardones - 09/02/2016
Na prática, decisão permitirá ao Paraná aumentar seu potencial de exportação ao longo prazo. Em 2015, o volume de carne suína enviado a outros países foi de 64,4 mil toneladas

O Paraná está a poucos passos de se tornar área livre da peste suína clássica (PSC) com reconhecimento internacional, o que pode fazer a cadeia produtiva dar um salto nos próximos anos, principalmente rumo ao mercado externo. Neste mês, a comissão científica da Organização Mundial de Saúde Animal (OIE) aceitou o pedido do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) para ampliar este status para mais 14 estados do País, Distrito Federal (veja o mapa) e alguns municípios do Amazonas. Atualmente, apenas Santa Catarina e Rio Grande do Sul possuem tal certificação, o que permite aos dois estados ter um leque maior de possibilidades nas vendas a países com critérios sanitários mais rigorosos.
Na próxima etapa, os 180 países-membros da OIE terão 60 dias para se manifestar tecnicamente sobre o assunto. Superado o trâmite, o pedido vai para votação final, entre os dias 22 a 27 de maio, em Paris e, assim, ocorre a entrega do certificado ao Brasil. "Nós nos manteremos no topo das condições sanitárias, evitando retaliações de outros países e ocupando espaço de mercados que, por ventura, não tenham status de zona livre da doença", avalia o chefe do Departamento de Saúde Animal do Mapa, Guilherme Marques.
Na prática, o Paraná pode aumentar seu potencial de exportação ao longo prazo. Em 2015, o volume de carne suína enviado a outros países foi de 64,4 mil toneladas, alta de 43,4% ante as 44,9 mil toneladas de 2014. Os principais compradores são Hong Kong (40% do volume total), Rússia (19%) e Uruguai (18%). "O Estado pode ampliar os mercados se, claro, incrementar o volume produtivo. Um exemplo de mercado a ser explorado é o Japão, que tem um padrão sanitário muito rigoroso e é um dos maiores compradores de carne suína do mundo", explica o técnico do Departamento de Economia Rural (Deral) da Secretaria de Agricultura do Paraná (Seab), Edmar Gervásio.

Mercado japonês
O presidente da Associação Paranaense de Suinocultores (APS), Jacir José Dariva, relata que a entidade trabalhou com o Mapa e o governo do Estado desde o ano passado para conseguir o certificado junto com Santa Catarina, mas no final, o Paraná precisou esperar mais um ano pela conquista. "O Mapa está de parabéns. Agora, estamos em igualdade com os principais estados produtores aqui da região Sul. Já estamos em andamento para nos tornarmos também área livre de febre aftosa sem vacinação e, quanto menos restrições, maior facilidade para negociações futuras".
Dariva estima que em cinco ou seis anos os suinocultores paranaenses vão começar a colher os frutos desta conquista. "O nosso maior foco, sem dúvida, é conquistar o mercado japonês. Ele paga duas vezes mais que outros países, mas para isso exigem sanidade e muita qualidade. Assim, vamos poder enviar o que temos de melhor para eles, priorizando os mercados de acordo com as exigências de cada um", complementa.
De acordo com o Deral, a produção paranaense de carne suína deve fechar 2015 com crescimento entre 11% e 16%. Os números ainda não são oficiais, mas os abates devem fechar em 7,68 milhões de cabeças, ante 6,92 milhões do ano anterior. O novo valor pode colocar o Estado apenas atrás de Santa Catarina em número de abates.

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