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quarta-feira, 2 de setembro de 2015

EX. COORDENADOR DA RECEITA ESTADUAL CHAMA SECRETÁRIO COM TESTEMUNHA


Além de Mauro Ricardo Costa, José Valêncio da Silva arrolou todos os ex-titulares da Pasta no governo de Beto Richa (PSDB)

O ex-coordenador da Receita Estadual do Paraná José Aparecido Valêncio da Silva, que pediu exoneração do cargo máximo do órgão em maio, após ser citado com suposto integrante da organização criminosa que atua na Receita de Londrina pelo delator do esquema, o auditor Luiz Antonio de Souza, arrolou como testemunhas de defesa o atual secretário de Fazenda de Beto Richa (PSDB), Mauro Ricardo Costa, e os três ex-titulares da pasta no governo do tucano: Luiz Carlos Hauly (janeiro de 2011 a outubro de 2013); Jozélia Nogueira (outubro de 2013 a março de 2014); e Luiz Eduardo Sebastiani (março a dezembro de 2014).

Na lista de 41 testemunhas, protocolada juntamente com a contestação ao processo decorrente da Operação Publicano, que envolve outros 60 auditores, Valêncio inclui o atual coordenador da Receita do Paraná, Gilberto Calixto (que o sucedeu no cargo); o ex-corregedor Dimas Soares; o atual corregedor Roberto Tizon; e o ex-delegado a Receita de Londrina Marcelo Müller Melle, nomeado após o início das investigações do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) e que se aposentou há duas semanas, além de uma dezena de auditores e funcionários da Receita.

Servidor público do Paraná desde 1971, Sebastiani disse ter "somente informações positivas" sobre Valêncio, que tornou-se coordenador-geral do órgão durante o período em que Sebastiani era secretário. "O trabalho dele era feito de forma absolutamente correta", elogiou, negando conhecer qualquer irregularidade na Receita. "Não havia nenhuma suspeita de qualquer atitude ilícita dele ou de qualquer pessoa. Se eu soubesse da qualquer suspeita, teria tomado as medidas necessárias."

O deputado federal, que também era foi arrolado como testemunha do auditor de Curitiba Clóvis Roggê, conforme reportagem publicada pela FOLHA no último sábado, declarou-se, tal como seu sucessor na pasta, absolutamente ignorante de qualquer "esquema criminoso". "É uma descoberta do Ministério Público feita agora. Se tivessem indícios antes; não havia suspeitas ou indícios antes", disse Hauly ao ser questionado sobre o tempo que a suposta organização criminosa agia na Receita sem que nenhum secretário tenha suspeitado dela. "Minha função era arrecadar e gerir o recurso público e nisso tive o melhor desempenho do País."

Sobre Roggê, Hauly disse considerar o auditor como um servidor "de alto nível, muito qualificado". "Eu o conheço há muitos anos e nunca vi nada que o desabonasse." A respeito de Valêncio, que também chegou a ser preso preventivamente, no mesmo período em que Roggê (em junho), o deputado afirmou que o conhece apenas do período em que foi secretário. "E não sei de nada que o desabone". Jozélia e Mauro Costa não foram localizados ontem pela reportagem.
Loriane Comeli
Reportagem Local-folha de londrina.

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