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sábado, 21 de abril de 2018

MINISTÉRIO PÚBLICO FEDERAL PEDIU A JUSTIÇA ALIENAÇÃO DO APARTAMENTO QUE PERTENCE AO EX. DIRETOR DO DER

O Ministério Público Federal (MPF) pediu à Justiça a alienação
 antecipada do apartamento de luxo que pertence ao ex-diretor-
geral do Departamento de Estradas de Rodagem no Paraná
 (DER-PR) Nelson Leal Junior, preso na 48ª fase da 
O imóvel avaliado em R$ 2,3 milhões fica em Balneário
 Camboriú (SC) e, segundo a acusação, mais de R$ 500
 mil usados na compra não tiveram origem identificada.
A aquisição é apontada pela força-tarefa como um ato 
de lavagem de dinheiro, na denúncia já recebida pelo 
juiz federal Sérgio Moro, pelas ações da Lava Jato na
 1ª instância.
G1 tenta contato com a defesa de Nelson Leal Júnior.

A alienação antecipada

Uma recomendação do Conselho Nacional de Justila (CNJ),
 de 2010, trata da alienação antecipada de bens apreendidos
 em procedimento criminais. Trata-se de uma forma de garantir 
a preservação do valor do bem apreendido e, em caso de 
condenação, garantir o ressarcimento.
No entanto, o CNJ menciona na recomendação apenas bens 
móveis, como veículos, aeronaves, embarcações e equipamentos
de informática.
Com a medida, o bem apreendido pode ser leiloado, e o valor 
obtido com a venda depositado em conta judicial até o fim do
 processo. Em caso de absolvição, o dinheiro é devolvido ao
 réu e, se houver condenação, o valor é usado para restituição 
de prejuízos.
Já o sequestro, já determinado no caso do apartamento, apenas
 mantém o bem bloqueado, não permitindo nenhuma movimentação
 como venda e doação.
No pedido de alienação, os procuradores argumentam que Leal 
foi exonerado do cargo que ocupava, o que compromete a 
renda dele e coloca em risco a manutenção do imóvel, já que
 há um saldo devedor de mais de R$ 400 mil junto à incorporadora. 
A força-tarefa acredita que a deterioração do apartamento pode
comprometer a futura reparação dos danos aos cofres públicos. 
Na ação penal à qual o ex-diretor responde, os danos foram
 fixados em R$ 126 milhões. O pedido foi protocolado na quinta-
feira (19) no processo eletrônico da Justiça Federal do Paraná 
que trata dos pedidos de prisão e de busca e apreensão da 48ª
 fase da Lava Jato.
Até a publicação desta reportagem, Moro não havia se
 posicionado sobre a solicitação.  

O ex-diretor do DER-PR

Nelson Leal Júnior é apontado pelo MPF como o principal
 responsável pelo esquema dentro do DER-PR, por viabilizar
 aditivos contratuais favoráveis à Econorte. Ele responde na
 Justiça pelos crimes de lavagem de dinheiro, corrupção 
passiva, estelionato e organização criminosa.
A denúncia relata que o patrimônio de Leal é incompatível 
com seus rendimentos e que ele usou dinheiro vivo para
Além disso, a acusação diz que Leal recebeu, entre 2013 
e 2016, mais de R$ 2 milhões em depósitos em espécie, 
sem comprovação de origem, nas contas bancárias que 
controlava.
Os procuradores também afirmam que o ex-diretor foi pre-
senteado pela Econorte com dois ingressos, ao custo de 
R$ 5 mil cada, para assistir a um jogo da Copa do Mundo 
de 2014 em Brasília (DF), em camarote do Grupo Triunfo.
  Ainda conforme a denúncia, as despesas de viagem 
foram bancadas com recursos em espécie, poucos meses 
antes da aprovação de um aditivo favorável à Econorte.

A 48ª fase

A 48ª fase da Lava Jato, batizada de Integração, foi 
deflagrada em 22 de fevereiro deste e teve como alvos 
principais servidores públicos e empresas investigadas por
irregularidades nas concessões de rodovias federais no
 Paraná.
Além mandados de prisão, a Polícia Federal (PF) cumpriu
 55 mandados de busca e apreensão; a Casa Civil, na 
sede do governo estadual, foi um dos alvos.
Segundo o MPF, a fase da operação tenta mostrar as 
 pelos pedágios. De acordo com a investigação, o valor 
das tarifas foi superfaturado para financiar a corrupção.

O outro lado

A Triunfo Econorte disse não comenta investigações em
 andamento e tem prontamente atendido a todas as 
solicitações das autoridades
Procurado, o Governo do Paraná informou que não vai
 se manifestar.G1

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