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sexta-feira, 29 de julho de 2016

JUSTIÇA DETERMINA QUE GOVERNO DO PARANÁ TERÁ QUE INDENIZAR PROFESSOR FERIDO NO CONFRONTO DO DIA 29 DE ABRIL DE 2015

O Governo do Paraná terá que indenizar em R$ 4.056,84 um professor ferido no confronto do dia 29 de abril de 2015. A ação judicial movida pelo professor Arnaldo dos Santos junto com a Secretaria de Assuntos Jurídicos do Sindicato dos Trabalhadores em Educação Pública do Paraná (APP-Sindicato) contra o Estado do Paraná foi por conta das agressões físicas e morais que ele sofreu na data.
G1 teve acesso à sentença nesta sexta-feira (29). A decisão assinada pela juíza Letícia de Paula Eduardo Bonatto, do 15º Juizado Especial da Fazenda Pública de Curitiba, é do dia 11 de julho. A reportagem tenta contato com o professor. Já o governo estadual informou que não vai se manifestar sobre o assunto.
Na decisão, a juíza Letícia de Paula Eduardo Bonatto alegou que o Estado do Paraná deve ser responsabilizado pela conduta dos agentes e punido pela supressão dos direitos fundamentais dos cidadãos e pelo uso arbitrário da violência sendo, assim, desestimulado a cometer novas condutas ilegais e violentas ao se deparar com manifestações.O confronto entre policiais militares e professores deixou mais de 200 pessoas feridas. A batalha aconteceu em frente à Assembleia Legislativa do Paraná (Alep), em Curitiba. Em duas horas de conflito, houve uso de bombas e tiros de balas de borracha por parte da Polícia Militar (PM). A Secretaria de Segurança Pública afirmou que 20 policiais também ficaram machucados no tumulto. O caso teve repercussão nacional e internacional.
Conforme a APP, o professor Arnaldo dos Santos registrou um Boletim de Ocorrência (BO) no dia e precisou ser atendido no Hospital Universitário Cajuru. Ele inclusive foi afastado do trabalho para tratamento de saúde por cinco dias devido à gravidade da agressão sofrida. Outros professores também registraram BO à época, ainda segundo o sindicato.
A APP ressaltou que esta foi a primeira ação ganha, das abertas pelo sindicato, contra o Governo do Paraná.Entenda como aconteceu o confronto
Os professores que estavam no local tinham deflagrado greve no dia 9 de fevereiro de 2015 porque não concordavam com um pacote de medidas apresentado pelo governo estadual. Uma das medidas mais criticadas pela categoria, era a mudança no plano de previdência dos servidores.
Desde que o projeto chegou à Alep para ser analisado, começaram as manifestações. Foram vários dias de tumulto.
O confronto aconteceu quando as medidas começaram a ser votadas, no dia 29 de abril. Os professores cercaram o prédio já na noite do dia anterior. Com medo de represálias, os deputados chegaram para a sessão escoltados pela polícia.Policiais que faziam um cerco ao prédio da Assembleia Legislativa do Paraná (Alep) entram em confronto com manifestantes em Curitiba, durante protesto contra votação de projeto que promove mudanças na Previdência estadual (Foto: Paulo Lisboa/Brazil Photo Press/Estadão Conteúdo)
Do lado de fora, os professores reagiram e se mobilizaram para tentar impedir a aprovação das medidas. Mesmo assim, os deputados mantiveram a votação e aprovaram o projeto enviado pelo governador Beto Richa (PSDB). À época do confronto, o deputado federal Fernando Francischini (SD-PR) era o Secretário de Segurança Pública. O governo estadual anunciou a saída dele do cargo depois de pouco mais de um mês do ocorrido.

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