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quarta-feira, 29 de junho de 2016

POLÍCIA FEDERAL DIZ QUE ESCRITÓRIO CONTRATADO POR PAULO BERNARDO PAGAVA DESPESAS DELE DA GLEISI

As investigações da Operação Custo Brasil, da Polícia Federal, apontam que o escritório contratado pelo ex-ministro Paulo Bernardo pagava despesas jurídicas e pessoais dele e da sua mulher, a senadora Gleise Hoffmann, dinheiro para o PT (Partidos dos Trabalhadores) e políticos.A TV Globo teve acesso a um relatório da Polícia Federal apreendido no escritório do advogado Guilherme Gonçalves, em Curitiba, no ano passado, serviu de base para prender dez pessoas. Ao todo, 11 mandados de prisão foram expedidos. O ex-tesoureiro do PT João Vaccari Neto, que também teve mandado de prisão, mas já estava preso. Era ele quem decidia as porcentagens que cada um deveria receber. Vaccari está preso no Complexo Médico-Penal, na Região Metropolitana de Curitiba, por envolvimento no esquema de corrupção, desvio e lavagem de dinheiro descoberto na Petrobras.
Entre os presos, está o próprio advogado Guilherme Gonçalves e Paulo Bernardo, ex-ministro do Planejamento no governo Lula e das comunicações no governo Dilma.
Guilherme é suspeito de intermediar pagamento de propina a Paulo Bernardo, na fraude de empréstimos consignados para funcionários públicos federais.A empresa Consist, que administrava o software usado nos empréstimos, é suspeita de ter repassado R$ 100 milhões para o partido dos trabalhadores e a políticos. Segundo o relatório, a Consist repassou mais de R$ 7 milhões para o escritório de Guilherme.
A contabilidade e os e-mails do escritório de Guilherme Gonçalves estão entre as principais evidências contra o ex-ministro. Segundo os documentos, Paulo Bernardo e a senadora Gleise Hoffmann eram clientes do escritório, mas era Guilherme quem pagava várias despesas jurídicas e pessoais do casal.No mês de fevereiro de 2014, por exemplo, houve dois pagamentos da Consist para o escritório no total de quase R$ 30 mil. Entre as despesas, aparecem vários pagamentos em nome de Paulo Bernardo, Gleise e para o PT.
Em fevereiro de 2015, aparecem pagamentos de quase R$ 60 mil da Consist, despesas com custas processuais para a senadora e repasses para Hernany Mascarenhas.
Mascarenhas aparece em uma foto, anexada ao relatório, ao lado da senadora. De acordo com o documento, Mascarenhas era motorista do escritório e prestava serviço para Gleisi e o ex-ministro.
Em um e-mail apreendido pela polícia, Guilherme autoriza o pagamento para o motorista porque ele está sendo eficiente quando os ministros precisam “e isso não tem valor que pague”, diz o texto.
A Operação Custo Brasil foi deflagrada na quinta-feira (25) em cinco estados. Ao todo, foram expedidos 65 mandados judiciais, sendo 11 de prisão preventiva, 40 de busca e apreensão e 14  de condução coercitiva, quando a pessoa é levada a prestar depoimento. G1

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