Há cerca de um mês, a Associação dos Delegados de Polícia do Paraná (Adepol) enviou uma recomendação ao governador Beto Richa (PSDB) expondo a insatisfação de delegados que respondem por oito cidades atendidas pela 22ª Subdivisão de Arapongas e a 10ª Subdivisão de Londrina com as escalas de sobreaviso, quando o profissional é convocado a comparecer a qualquer horário do dia ou noite para flagrantes. O documento também foi endereçado aos comandos do 5º Batalhão, 7º Companhia Independente e dos destacamentos da Polícia Militar dos municípios já mencionados.
De acordo com o presidente da Adepol, João Ricardo Noronha, o delegado responnsável por determinada comarca, geralmente situada fora dos grandes centros urbanos, precisa responder "24 horas por dia e sete dias por semana". A associação também incluiu a classe dos escrivães. "Muitos reclamam que não conseguem desfrutrar do lazer porque precisam estar atento a qualquer chamada fora do horário de expediente. isso desgasta e prejudica ainda mais o trabalho do policial", argumentou.
A recomendação abrange as delegacias de Bela Vista do Paraíso, Centenário do Sul, Jaguapitã, Primeiro de Maio, Rolândia e Sertanópolis. Nestas comarcas, ''inexiste efetivo suficiente para prover a escala ordinária tradicional de expediente, quem dirá a extraordinária no período noturno e finais de semana. Isso é semelhante ao trabalho escravo', comentou o representante da Adepol. ''Esse modelo deverá ser estendido para o resto do Paraná.''
Conforme Noronha, a proposta é que sejam criados centros regionais de flagrantes. Para as cidades que rodeiam Londrina, a saída seria a 10ª Subdivisão Policial, ou seja, o plantão mais próximo. "Essa posição que estamos adotando não prejudica a realização de audiências de custódia e as operações da Polícia Civil, convocadas em caráter de urgência. Apenas queremos que os nossos delegados tenham o descanso merecido, o que não está acontecendo", concluiu.
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