Chefe da operação, o delegado Elvis Aparecido Secco explicou a função do grupo fixado em Londrina. "Os integrantes desta quadrilha moravam nos estados abrangidos pela operação, mas o líder e seu principal comparsa viviam em Londrina e foram presos hoje. Também apreendemos 14 carretas utilizadas para buscar a cocaína em Corumbá e levá-la a Vinhedo. O curioso é que estes caminhões estavam registrados no nome de parentes e amigos", afirmou em entrevista coletiva concedida à imprensa na delegacia da PF em Londrina.
Desde o seu início, há aproximadamente um ano e seis meses, a Quijarro já apreendeu quatro toneladas de cocaína - 1,4 apenas nesta quarta, em Corumbá, configurando a terceira maior apreensão da droga na história do país. Considerada a melhor do mundo (com 99% de pureza), a cocaína boliviana tinha, além do mercado paulista, a Espanha como destino final. Por lá, era comercializada a 15 mil dólares por quilograma (atualmente, cerca de R$ 48 mil). A parte destinada à Europa era transportada de Corumbá ao porto de Santos por outro grupo logístico, este sediado em Martinópolis (SP).
Divulgação/Polícia Federal
Para Secco, a Quijarro tem como maior mérito a prisão do núcleo fornecedor, capitaneado por um casal boliviano - dono, via um laranja, da chácara de Vinhedo utilizada como entreposto. "Eles já estavam foragidos da Bolívia, conseguimos localizá-los e os deportamos. Chegando à fronteira, eles foram presos pela polícia boliviana. Também repassamos informações às autoridades espanholas para que elas consigam rastrear o dinheiro do grupo, uma vez que acreditamos que boa parte dos recursos obtidos pelo tráfico vinha ficando em território europeu, em contas administradas por um parente da mulher. No Brasil e na Bolívia, nos foi possível sequestrar pelo menos uma dezena de imóveis registrados no nome de laranjas e 10 milhões de dólares em patrimônio, o que é pouco perto do volume gerado por eles. Nosso objetivo é sempre destruir o patrimônio da organização criminosa para neutralizá-la definitivamente", explicou.
Para Secco, a Quijarro tem como maior mérito a prisão do núcleo fornecedor, capitaneado por um casal boliviano - dono, via um laranja, da chácara de Vinhedo utilizada como entreposto. "Eles já estavam foragidos da Bolívia, conseguimos localizá-los e os deportamos. Chegando à fronteira, eles foram presos pela polícia boliviana. Também repassamos informações às autoridades espanholas para que elas consigam rastrear o dinheiro do grupo, uma vez que acreditamos que boa parte dos recursos obtidos pelo tráfico vinha ficando em território europeu, em contas administradas por um parente da mulher. No Brasil e na Bolívia, nos foi possível sequestrar pelo menos uma dezena de imóveis registrados no nome de laranjas e 10 milhões de dólares em patrimônio, o que é pouco perto do volume gerado por eles. Nosso objetivo é sempre destruir o patrimônio da organização criminosa para neutralizá-la definitivamente", explicou.
O núcleo boliviano produzia cerca de duas toneladas de cocaína por mês, cujo valor de mercado gira em torno de 30 milhões de dólares (R$ 96 milhões). O grupo londrinense costumava fazer viagens carregando entre 280 e 400 kg, enquanto a facção do interior de São Paulo levava cerca de uma tonelada ao porto de Santos.
"Eles tinham diversos caminhões, no nome de diversas pessoas. O interessante é que os veículos dispunham de mecanismos muito sofisticados para esconder as drogas, muitas vezes com fundos falsos imperceptíveis e acionados hidraulicamente. Em várias ocasiões, só descobrimos onde estava a cocaína graças a equipamentos de raio-x. Outro fato curioso é que a mercadoria que encobria o entorpecente era sempre lícita, geralmente minério de ferro. O transporte era feito com notas fiscais e documentação correta, aumentando a dificuldade de encontrar a cocaína. Mesmo assim, os caminhoneiros tinham sempre conhecimento de que transportavam a droga", disse Secco.
Um dos presos nesta quarta é apontado como responsável pela falsificação de documentos dos caminhões utilizados. A PF suspeita, inclusive, que funcionários do Departamento de Trânsito do Paraná (Detran-PR) tenham envolvimento com este membro da organização criminosa. Vários integrantes dos grupos investigados têm passagens por roubo, furto, estelionato e até homicídio.
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