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segunda-feira, 21 de janeiro de 2019

MÉDICO É AFASTADO PELA DIREÇÃO DO HOSPITAL EM GUAÍRA TRABALHOU EM ASSAI ONDE FEZ VÁRIAS CIRURGIAS

 como ‘Doutor Faz-Tudo’, foi afastado pela direção do Hospital 
AssisteGuaíra, em Guaíra, no oeste do Paraná. Pelo menos 33 
pessoas dizem que tiveram complicações graves depois de
 cirurgias feitas com o médico.     A decisão atende um pedido 
feito pelo prefeito Heraldo Trento na sexta-feira (18) após 
denúncias de erros médicos atribuídos ao profissional feitas 
à Ouvidoria do Município. O afastamento foi confirmado nesta 
segunda-feira (21) pelo hospital e pela prefeitura.     O doutor 
Paulo era diretor clínico do único hospital da cidade, que é 
particular e tem convênio com o Sistema Único de Saúde (SUS).
     Segundo a assessoria de imprensa da prefeitura, ele foi 
substituído pelo irmão, também clínico geral, Odilon Gonçalves. 
   Apesar de não ter nenhuma especialidade médica, o 
doutor Paulo, segundo a direção, foi responsável por mais
 de 90% das cirurgias feitas no hospital desde que assumiu 
o cargo de diretor clínico, 2017.     O médico responde vários 
processos na Justiça. Ele já foi condenado pela morte de um 
bebê de quatro meses, em 1995, por complicações em uma 
cirurgia de hérnia, quando atuava em Mato Grosso do Sul.    
 Em outros cinco processos em que foi condenado, recorreu
 das decisões.    Em Guaíra, pacientes registraram boletins 
de ocorrência na Polícia Civil e também levaram as denúncias
 ao Ministério Público (MP-PR), que abriu quatro procedimentos  
 A morte de Willian Santin, de 41 anos, depois de fazer uma
 cirurgia no pé, é uma das três atribuídas ao “Doutor Faz-Tudo”.   
  “Implorei para que mandassem meu filho para fora. Se ele vê 
que é grave, mande para alguém que é especializado, não 
faça”, comentou a mãe, Tânia Santin.    Ela contou que chegou
 a questionar se o médico era cirurgião.    “Eu perguntei para o 
secretário se não era um especialista que deveria fazer a 
cirurgia. O secretário disse que ele era cirurgião e que podia. 
Da primeira vez eu acreditei, mas depois as pessoas 
começaram a falar”, completou.   

Outro lado

O médico admitiu não ter especialidade e que é apenas clínico
 geral. Quanto às denúncias, diz que está à disposição para 
ser investigado.     “Se houve negligência da minha parte, 
estou aí para responder criminalmente e civilmente”, disse.  
   O doutor Paulo afirmou saber do apelido de “Doutor Faz 
Tudo” e rebateu justificando que faz tudo o que lhe compete.
      “Eu faço o que a minha consciência manda, para o bem 
do paciente”, declarou.     O Conselho Regional de Medicina
 do Paraná (CRM-PR) garantiu que está apurando as
 denúncias e que, como todas as investigações contra 
qualquer médico, são mantidas em sigilo.     A direção do
 Hospital Acesso nega qualquer irregularidade.     “Oficialmente
 nós não temos estas reclamações por escrito”, afirmou o 
presidente Galaomylib Silveira Barreto. G1

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