como ‘Doutor Faz-Tudo’, foi afastado pela direção do Hospital
AssisteGuaíra, em Guaíra, no oeste do Paraná. Pelo menos 33
pessoas dizem que tiveram complicações graves depois de
cirurgias feitas com o médico. A decisão atende um pedido
feito pelo prefeito Heraldo Trento na sexta-feira (18) após
denúncias de erros médicos atribuídos ao profissional feitas
à Ouvidoria do Município. O afastamento foi confirmado nesta
segunda-feira (21) pelo hospital e pela prefeitura. O doutor
Paulo era diretor clínico do único hospital da cidade, que é
particular e tem convênio com o Sistema Único de Saúde (SUS).
Segundo a assessoria de imprensa da prefeitura, ele foi
substituído pelo irmão, também clínico geral, Odilon Gonçalves.
Apesar de não ter nenhuma especialidade médica, o
doutor Paulo, segundo a direção, foi responsável por mais
de 90% das cirurgias feitas no hospital desde que assumiu
o cargo de diretor clínico, 2017. O médico responde vários
processos na Justiça. Ele já foi condenado pela morte de um
bebê de quatro meses, em 1995, por complicações em uma
cirurgia de hérnia, quando atuava em Mato Grosso do Sul.
Em outros cinco processos em que foi condenado, recorreu
das decisões. Em Guaíra, pacientes registraram boletins
de ocorrência na Polícia Civil e também levaram as denúncias
ao Ministério Público (MP-PR), que abriu quatro procedimentos
A morte de Willian Santin, de 41 anos, depois de fazer uma
cirurgia no pé, é uma das três atribuídas ao “Doutor Faz-Tudo”.
“Implorei para que mandassem meu filho para fora. Se ele vê
que é grave, mande para alguém que é especializado, não
faça”, comentou a mãe, Tânia Santin. Ela contou que chegou
a questionar se o médico era cirurgião. “Eu perguntei para o
secretário se não era um especialista que deveria fazer a
cirurgia. O secretário disse que ele era cirurgião e que podia.
Da primeira vez eu acreditei, mas depois as pessoas
começaram a falar”, completou.
Outro lado
O médico admitiu não ter especialidade e que é apenas clínico
geral. Quanto às denúncias, diz que está à disposição para
ser investigado. “Se houve negligência da minha parte,
estou aí para responder criminalmente e civilmente”, disse.
O doutor Paulo afirmou saber do apelido de “Doutor Faz
Tudo” e rebateu justificando que faz tudo o que lhe compete.
“Eu faço o que a minha consciência manda, para o bem
do paciente”, declarou. O Conselho Regional de Medicina
do Paraná (CRM-PR) garantiu que está apurando as
denúncias e que, como todas as investigações contra
qualquer médico, são mantidas em sigilo. A direção do
Hospital Acesso nega qualquer irregularidade. “Oficialmente
nós não temos estas reclamações por escrito”, afirmou o
presidente Galaomylib Silveira Barreto. G1
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