Após isso, de acordo com o esquema apurado pela Polícia Civil, uma mulher entrava em contato por telefone para marcar uma visita à casa do potencial cliente, de preferência, quando estavam sozinhos, e vendiam colchões, travesseiros e capas que teriam qualidade. "Eles levavam uma folha impressa, na qual faziam perguntas relacionadas à saúde da pessoa e, diante do levantamento, vendiam os produtos 'milagrosos'. Mas o detalhe é que eles já chegavam sabendo quanto conseguem tirar do consignado da pessoa, porque ninguém tem o dinheiro em casa. E é aí que começa a conversa fiada", diz Camargo.
Em um dos empréstimos, a funcionária do Banco do Brasil desconfiou quando uma das vítimas chegou ao banco, acompanhada de um desconhecido – um dos três homens presos, que se apresentava como representante da marca –, para fazer uma transferência de crédito consignado no valor de R$ 7.064 – as 72 parcelas para pagamento são no valor de R$ 199. O suspeito foi preso dentro da agência e os outros dois, detidos pela Polícia Militar em um veículo com formulários da empresa.
O delegado ressalta que não há como culpas as vítimas, que, muitas vezes, sentenm-se envergonhadas em não quitar as dívidas. "O idoso fica sem saber o que está acontecendo,. Eles [suspeitos] fazem [o empréstimo] em 72 vezes e a vítima fica seis anos pagando. E é uma ingenuidade tremenda, não dá para culpar as pessoas [que caem no golpe]. Elas estão expostas a isso", diz Camargo.
Ele afirma que, em um levantamento preliminar, o mesmo produto seria adquirido por cerca de R$ 1 mil em lojas de varejo. A orientação do delegado é que vítimas que se sentiram lesadas procurem a Polícia Civil para registrar boletim de ocorrência e tentar cancelar o empréstimo.
Camargo afirma que a empresa é ligada a um dos três detidos, que já tem condenação no Estado de São Paulo por fatos da mesma natureza. Os produtos vendidos serão apreendidos e devem passar por perícia.
A reportagem tentou entrar contato com a Quality Sono, mas não encontrou qualquer telefone. Uma outra empresa, de nome fantasia Sono Quality, já foi confundida por consumidores com a dos suspeitos detidos em Jaguapitã, mas nega qualquer relação com eles. "Nós temos dez anos de mercado e fazemos merchandising em todo o Brasil. Temos mais de 150 representantes credenciados, com contratos de trabalho, exercendo a função no Brasil todo", informou a assessoria de imprensa da empresa. fonte;bonde.com
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