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segunda-feira, 8 de setembro de 2014

PRESOS ACEITAM ACORDO E DECIDIRAM PELO FIM DO MOTIM

Depois de nove horas de negociação, os 14 presos da carceragem da 14ª Subdivisão Policial (SDP) em Guarapuava, Centro-Sul do Estado, aceitaram o acordo e decidiram pelo fim do motim no começo da noite deste domingo (7). Três agentes mantidos reféns foram liberados sem ferimentos. 

A rebelião começou às 10h30 quando os detentos renderam os agentes no momento em que as marmitas do almoço eram servidas. De acordo com a Polícia Civil, apenas uma ala da cadeia ficou tomada pelo grupo. Os presos ainda usaram as chaves para abrir as celas dos demais presos. 

O grupo exigia a transferência para outras cadeias do Estado. A Secretaria de Justiça, Cidadania e Direitos Humanos (Seju) decidiu atender ao pedido de 11 detentos que lideravam o motim. Outros 29 homens e 35 mulheres também serão transferidos até a próxima terça-feira (9) a fim de desafogar as celas do presídio. Todos serão levados à Casa de Custódia de Piraquara, região metropolitana de Curitiba. 

Além das transferências, os detentos reclamavam das más condições de higiene, infraestrutura e alimentação. Para abrir as negociações, eles solicitaram a presença do juiz da Vara de Execuções Penais de Guarapuava, de promotores do Ministério Público (MP) da região e de um advogado representante do grupo, de Curitiba. O delegado da 14ª SDP, Alexandre Rorato, acompanhou os trabalhos. 

Atualmente, as celas da 14ª SDP abrigam 301 presos em um espaço destinado a 166 vagas. Durante todo o processo de negociação, viaturas da Polícia Militar (PM) isolaram a área externa da delegacia para garantir a segurança da população. O Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) aguardou o fim do motim do lado de fora da cadeia. Ninguém ficou ferido. 

O motim em Guarapuava acontece 14 dias depois da rebelião em Cascavel que terminou com cinco detentos mortos - dois deles decapitados - e 25 feridos. As reivindicações dos presos também eram por transferências, melhores condições de higiene, alimentação e relaxamento das visitas. 

Na ocasião, dois agentes foram feitos reféns depois de levarem o café da manhã aos presos. A rebelião terminou depois de 45 horas de negociação. A unidade prisional mantinha 1.038 detentos com capacidade para 1.116 presos. 

A Seju informou que cerca de 80% das instalações da Penitenciária Estadual de Cascavel foram depredadas. Devido ao caos das instalações do presídio, 851 detentos foram transferidos. 

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