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quinta-feira, 26 de outubro de 2017

PROMOTOR QUE INVESTIGA OPERAÇÃO QUADRO NEGRO DIZ QUE FOI REPREENDIDO

O promotor Carlos Alberto Choinski, que participava das investigações 
da Operação Quadro Negro desde o início do caso, em 2015, afirma
 que foi repreendido pela Subprocuradoria-Geral de Justiça para
 Assuntos Jurídicos, após enviar notificações a dois políticos
 paranaenses.
Choinski trabalhava no Grupo Especializado na Proteção do 
Patrimônio Público e no Combate à Improbidade Administrativa
 (Gepatria). O promotor era responsável pelos processos no 
âmbito cível da operação. Segundo ele, o problema começou
 após enviar notificações ao secretário-chefe da Casa Civil do
 Paraná, Valdir Rossoni e ao deputado estadual Plauto Miró (DEM).
Os documentos informavam aos dois que eles tinham sido 
citados por delatores da Quadro Negro e que seriam investigados 
por isso. As notificações também liberavam o acesso das defesas
 ao conteúdo das apurações.
"Logo após as notificações das autoridades, eu fui chamado no 
gabinete do sub-procurador jurídico de assuntos jurídicos, doutor
 Elieser Gomes da Silva, onde fui repreendido verbalmente por 
ter feito a notificação dessas autoridades. Nessa ocasião ele me
 disse que eu teria cometido uma quebra de confiança com a 
Instituição", conta.
Segundo o promotor, na conversa lhe foi dito que ele deveria 
entrar em contato com o procurador-geral de Justiça para resolver 
uma pendência de cargos, já que, além das atribuições no Gepatria, 
Choinski acumulava outra função na Coordenadoria de Recursos 
Cíveis. "Após esse fato, me foi comunicado no dia 11 de outubro que 
eu deveria entrar em contato com o procurador-geral de Justiça, pra 
resolver minha questão do Gepatria", diz.
A Operação Quadro Negro apura desvios de dinheiro na construção
 de escolas públicas no Paraná. Segundo as investigações, há 
suspeita de que a fraude tenha movimentado cerca de R$ 20 milhões.
 Delatores afirmaram à Justiça que parte desse dinheiro abasteceu 
campanhas políticas.

Escolha

O procurador-geral do Paraná, Ivonei Sfoggia, afirmou que Choinski 
não foi afastado da Quadro Negro. Segundo ele, o promotor pode 
escolher se queria seguir no Gepatria ou se dedicar exclusivamente 
à Coordenadoria de Recursos Cíveis.  "Ninguém foi afastado, nem
 transferido de setor nenhum. Foi dado a ele a opção. Falei com ele 
ontem, sobre isso. Se quiser permanecer investigando no Gepatria, 
não há nenhum problema. Ele tem conhecimento de toda a matéria. 
Se não, ele continuará no Recurso Cível, onde ele está. Dei a ele a
 opção de escolher, se ele quiser permanecer em um ou em outro. 
Pelo que entendi, ele prefere ficar na área dos recursos e, então, 
eu o colocaria outro promotor para atuar na investigação junto ao
 Gepatria", diz Sfoggia.
Ainda de acordo com ele, o Gepatria passará a ter dois promotores
 exclusivos, o que vai reforçar o trabalho de combate à corrupção.

Outro lado

Por meio da assessoria do Ministério Público do Paraná, o sub-
procurador Eliezer Gomes da Silva, citado por Choinski, disse 
que não vai se manifestar sobre o caso.
O secretário Valdir Rossoni e o deputado Plauto Miró também 
não quiseram dar declarações sobre o caso.  G1.

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