O Ministério Público do Paraná afirma que o ex-diretor da Secretaria da
Educação Maurício Fanini gastava milhares de reais em compras, em
lojas de artigos de luxo no exterior. As informações constam na
denúncia apresentada pelos promotores à Justiça, que levou Fanini à
prisão, no sábado (16), na terceira fase da Operação Quadro Negro.
Na denúncia, os promotores afirmam que durante o período em que as
fraudes aconteceram, os gastos com cartões de crédito de Fanini e
da mulher foram muito além do que o casal ganhava. Em uma única
fatura custou R$ 76 mil aos dois.
As faturas também mostram que esse dinheiro ia, sobretudo, para
gastos com viagens e artigos de luxo. Em uma das joalherias mais
famosas do mundo, os dois gastaram de uma só vez R$ 6,7 mi. Em
uma loja de roupas, foram outros R$ 7 mil, além de mais R$ 6 mil em
uma revenda de eletrônicos. Nos Estados Unidos, os dois também
gastaram outros R$ 11 mil, durante três dias, em uma loja de departamentos.
Consta na denúncia que, entre 2013 e 2015, as contas do casal receberam
um grande aporte de dinheiro. Os promotores detalham que, a partir de
maio de 2014, houve um "severo aumento do fluxo de depósitos sem
origem explícita, totalizando entradas de R$ 2,3 milhões", nas contas
bancárias do casal.
O MP-PR afirma que, para dar um ar de licitude aos valores, o casal
fez diversos depósitos, de baixo valor. "Sua fragmentação em 870
depósitos que, como regra envolveram baixos valores, evidenciou um
deliberado propósito de entregar uma aparência lícita a valores oriundos
de atividades ilícitas", diz trecho da denúnica.
Para o MP-PR, esse dinheiro foi obtido com as fraudes descobertas
pela Operação Quadro Negro. Fanini era o chefe do setor que produzia
laudos fraudulentos sobre o andamento de obras de construção de
escolas estaduais. Sob a gestão dele, a Construtora Valor recebeu
mais de R$ 20 milhões por obras que, na maior parte dos casos,
mal saíram do papel.A investigação aponta que Fanini era um dos
principais responsáveis pela fraude, no âmbito da administração
pública. Ele teria ajudado o dono da Valor, Eduardo Lopes de Souza,
a garantir o sucesso do esquema criminoso.
Outro lado
O advogado que defende Maurício Fanini e Betina Antônio informou
que vai pedir a revogação da prisão do ex-diretor da Secretaria de
Educação. Ele preferiu não se manifestar sobre o conteúdo da denúncia.
A Secretaria Estadual de Educação declarou que foi a primeira a
investigar os indícios de desvio e a avisar as autoridades competentes.
A pasta também informou que reforçou os departamentos de controle
interno e de auditoria.
A defesa de Eduardo Lopes de Souza não quis se manifestar.
A Construtora Valor não possui advogado constituído. G1
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