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domingo, 16 de abril de 2017

SETOR DE PROPINAS DA ODEB RECHT PAGOU MAIS DE R$ 10,6 BILHÕES ENTRE OS ANOS 2006 E 2014



O ex-diretor do setor de operações estruturadasda 
Odebrecht Hilberto Mascarenhas disse, em delação
 premiada, que a área criada dentro da empreiteira 
para fazer o pagamento de propinas movimentou mais
 de R$ 10,6 bilhões entre os anos de 2006 e 2014. Ao 
Ministério Público Federal (MPF), Mascarenhas 
informou que os recursos eram movimentados em 
contas offshores no exterior (em paraísos fiscais).
O ex-executivo disse que alertou ao então presidente
 da empresa, Marcelo Odebrecht, sobre os valores 
pagos em propina, que, segundo ele, estavam muito 
altos.
"Estava preocupado, muita gente participando das 
obras, e pressionei. Fui a Marcelo [Odebrecht], várias
 vezes, e disse: não tem condição, US$ 730 milhões é
 bilhão [em reais]. Nem um mercado tem essa 
isponibilidade de dinheiro por fora e não tem como 
operar isso. É suicídio", afirmou. Segundo ele, como 
resposta, Marcelo Odebrecht deu orientação de "segurar".
O ex-diretor do chamado setor de propinas disse que
 cada executivo responsável por obras da Odebrecht 
odia solicitar o recurso para fazer as obras andarem. 
Segundo ele, os gerentes das obras recebiam bônus se 
atingissem as metas definidas para cada empreendimento.
"Se você der aquele resultado você ganha tanto. [Então]
 você quer que o mundo se acabe, [mas] você quer atingir
 aquela meta e colocar no seu bolso, o seu milhão [no bolso].
 Se fazia qualquer coisa que tinha que fazer e atingir", afirmou.
Segundo Mascarenhas, a prática foi banalizada. "Tem que
 tratar esse assunto como um extra, uma necessidade. Não
 como prazer de comprar alguém. Já estava virando um 
prazer de comprar [as pessoas] e isso me incomodava", 
disse, ao contar que os valores pagos pelo setor da 
propina caíram em 2014 depois que ele pressionou 
Marcelo Odebrecht.
O ex-diretor relatou ainda, que para proteger a 
identidade de quem recebia a propina, o responsável
 por determinada obra da empreiteira dava um apelido
 para o beneficiário do dinheiro.  Ivan Richard 
Esposito e Lucas Pordeus León

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