.

.

quarta-feira, 19 de abril de 2017

POLÍCIA FEDERAL FAZ OPERAÇÃO PARA APURAR SE HOUVE FRAUDE NA AQUISIÇÃO DE AÇÕES DO BANDO PANAMERICANO PELA CAIXA

Polícia Federal realiza nesta quarta-feira (19) uma operação para
apurar se
 houve fraude na aquisição de ações do Banco Panamericano pela
 Caixa. 
Segundo a corporação, a transação tem "potencialmente causado 
expressivos prejuízos ao erário federal". O inquérito investiga se
 houve 
gestão fraudulenta e prejuízo a correntistas e clientes.
Ao todo, são cumpridos 46 mandados de busca e apreensão,
expedidos
 pela 10ª Vara Federal de Brasília. As ações ocorrem de forma
simultânea
 em São Paulo, no Rio de Janeiro, no Paraná, em Pernambuco,
Minas 
Gerais e no Distrito Federal. Na capital federal, há buscas na
sede da 
Caixa e no Banco Central.
A Justiça também determinou a indisponibilidade e bloqueio
 de valores 
de contas bancárias dos alvos. Ao todo, o montante congelado
chega 
a R$ 1,5 bilhão. O G1 aguarda posicionamento da Caixa e do
Banco 
Panamericano.
De acordo com a PF, foram identificados três núcleos criminosos:
  • o de agentes públicos: "responsáveis diretos pela 
  • ssinatura 
  • dos pareceres, contratos e demais documentos que 
  • culminaram 
  • com a compra e venda de ações do Banco
  •  Panamericano 
  • pela Caixa e com a posterior compra e venda de 
  • ações
  •  significativas do Banco Panamericano pelo Banco 
  • BTG
  •  Pactual S/A";
  • o de consultorias: "contratadas para emitir 
  • pareceres a 
  • legitimar os negócios realizados";
  • o de empresários: "conhecedores das situações 
  • de suas 
  • empresas e da necessidade de dar aparência de
  •  legitimidade
  •  aos negócios, contribuíram para os crimes em 
  • apuração".
Ainda segundo a corporação, os investigados devem responder
 por gestão
 temerária ou fraudulenta. As penas para esses crimes podem
 chegar a 
12 anos de reclusão.
Batizada de "Conclave", a operação remete ao ritual que ocorre
 a portas
 fechadas para escolher o Papa, maior representante da Igreja
 Católica. 
Segundo a PF, neste caso investigado, as negociações entre
o Banco 
Panamericano e a Caixa também ocorreram de forma sigilosa.

Veja onde acontece a operação

  • 30 mandados em São Paulo
  • 6 no Rio de Janeiro
  • 6 em Brasília
  • 1 em Belo Horizonte
  • 1 em Recife
  • 2 em Londrina

Relembre

Em novembro de 2009, o banco Panamericano recebeu um
aporte 
de R$ 2,5 bilhões, com recursos obtidos junto ao Fundo
Garantidor 
de Créditos (FGC), tendo os bens do grupo Silvio Santos como
 garantia,
 depois que o Banco Central identificou um rombo nas contas
da instituição.
 O objetivo era reforçar o balanço do Panamericano e evitar
uma corrida 
aos saques.
De acordo com a autoridade monetária, o Panamericano
 mantinha em 
seu balanço, como ativos, carteiras de crédito que já haviam
sido vendidas
 a outros bancos. Também houve duplicação de registros de
venda de
 carteiras. Com isso, o resultado do banco era inflado.
venda do Panamericano ocorreu em 2011. Venda foi
acertada com o
 BTG Pactual, por R$ 450 milhões. Com o acordo, a instituição
 passou a 
deter 34,64% do Panamericano, com 51% das ações ordinárias –
 o que 
garante o controle do banco – e 21,97% das preferenciais. Por
 outro lado, 
a Caixa manteve a participação de 36,56% no capital social
total do banco.
Especializado nos segmentos de leasing e financiamento de
automóveis, 
o Panamericano teve 49% do capital votante e 35% do capital
total vendido
 para o banco estatal Caixa Econômica Federal em dezembro
de 2009, 
por R$ 739,2 milhões. G1.

Nenhum comentário:

Postar um comentário