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terça-feira, 17 de dezembro de 2013

PRODUTORES RURAIS DE APUCARANA SE MOBILIZAM CONTRA ASSALTOS

Roberto Custódio/JL / O produtor de soja Ângelo Miquelão Filho investiu R$ 4 mil em um sistema de segurança
O produtor de soja Ângelo Miquelão Filho investiu R$ 4 mil em um sistema de segurança

Antoniele Luciano


Foi-se o tempo em que a tranquilidade do campo blindava a atividade rural contra assaltos. No Norte do Estado, a onda de violência fora da zona urbana leva produtores a se articularem e a pedirem reforço no policiamento. Eles vivem em Apucarana, primeiro município do Paraná a contar com um Conselho Comunitário de Segurança (Conseg) Rural. A cidade também sediou recentemente o lançamento de uma cartilha da Polícia Militar com dicas para prevenir ocorrências como roubos e furtos neste tipo de ambiente. O material desenvolvido pela PM aborda a arquitetura da segurança e reforça o trabalho iniciado pelos produtores rurais. “Dividimos as informações que conseguimos com as polícias Militar e Civil, que desbarataram uma quadrilha. Com o diagnóstico pronto, estudamos o que poderíamos fazer”, relata o coordenador da entidade, Renato Franciscon.Dados levantados pelo Conseg Rural de Apucarana apontam que, de janeiro de 2010 a 2013, foram contabilizados problemas em 38 propriedades rurais. Ao todo, houve 91 ocorrências – contando casos como o de uma propriedade que sofreu com a ação dos bandidos nove vezes no período. A ideia, explica ele, era investir em prevenção para não ficar dependente apenas do que a Patrulha Rural Comunitária da PM poderia fazer nos mais de 600 quilômetros de estradas rurais de Apucarana. Foram feitas palestras com orientações sobre como evitar outras ocorrências. Entre as alternativas, estão providências como cercar toda a propriedade, colocar cadeados nas porteiras, iluminar as áreas de acesso e manter cães próximos à sede. “Setenta por cento dos assaltos aconteciam entre às seis da tarde e às seis da manhã. O pessoal foi se adequando aos poucos, estava muito vulnerável”, pontua Franciscon. Ele avalia que os trabalhos estão dando resultado. São dez meses sem problemas em cerca de mil propriedades do município, relata. Investimento Produtor de soja, Ângelo Miquelão Filho foi um dos que colocaram a mão no bolso para ter mais segurança. Ele investiu R$ 4 mil em um sistema de câmeras de monitoramento e em refletores para a propriedade da família. O produtor estuda novas intervenções para o ano que vem. “Isso não evita, mas ajuda a afugentar o ladrão”, define ele. Miquelão calcula que, se tivesse investido o valor dos equipamentos em insumos e serviço, teria cinco hectares de soja a mais, o equivalente a R$ 12 mil. “Minha família chegou aqui em 1937, sempre foi tranquilo. Mas agora, se deixar, os bandidos levam tudo, desde maquinário a animais.” Um produtor que não quis se identificar relata que também gastou com iluminação no entorno de sua casa. Ainda assim, a propriedade voltou a ser assaltada. Com medo de represálias, argumenta que falta estrutura para que a PM assista a zona rural. “Se a acionamos, demora para chegar. A área que eles têm para cobrir é muito grande”, diz.J.lONDRINA

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