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quinta-feira, 8 de setembro de 2016

VÁRIAS CIDADES DO NORTE PIONEIRO DO PARANÁ TIVERAM QUEDA POPULACIONAL

 A estimativa populacional, divulgada semana passada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), aponta que na região Norte Pioneiro do Paraná, dos 49 municípios abrangidos, 53% sofreram queda da população nos últimos 25 anos. Santa Cecília do Pavão, Tomazina, Itambaracá e Abatiá registraram os maiores esvaziamentos, com índices entre 24% e 58% de queda. Cidades tradicionais, como Jacarezinho, Bandeirantes e Uraí também tiveram declínios. Em Cornélio Procópio e Guapirama houve um crescimento muito leve, abaixo dos 5%. O destaque positivo veio de Jaguariaíva, Santo Antônio da Platina, Curiúva e Siqueira Campos. As duas últimas aumentaram suas populações em 42% entre 1991 e 2016. Conforme o IBGE, em 1991 a região Norte Pioneiro abrigava 616 mil habitantes, e atualmente são mais de 646 mil, um aumento de cerca de 30 mil pessoas em 25 anos, o que representa um crescimento de 6,6%, número bem inferior ao do Paraná, que cresceu 33% no mesmo período. As estatísticas apontam que a década de 1990 foi a mais difícil para a região, com quedas maiores na população. A partir de 2010 houve estabilização e as cidades do Norte Pioneiro cresceram modestamente. Nos últimos seis anos, apenas 9 cidades encolheram, entre elas Santa Amélia, Santo Antônio do Paraíso e Sertaneja.
SEM DIVERSIFICAÇÃO
Para o historiador Roberto Bondarik, professor doutor da Universidade Tecnológica Federal do Paraná (UTFPR) em Cornélio Procópio, estudioso do Norte Pioneiro, a queda neste período ocorreu devido a região não possuir uma economia diversificada. “A erradicação da cafeicultura e da cultura do algodão, a intensa industrialização do Sudeste do Brasil, a implantação da Cidade Industrial de Curitiba, foram fatores que até o final da década 1980 produziram um êxodo rural intenso na região”. Para Bondarik, a baixa industrialização do Norte Pioneiro impediu o desenvolvimento da maioria dos municípios. “Isso faz com que nessas cidades, cada vez mais se dependa dos empregos das prefeituras e dos benefícios recebidos pelos aposentados, que muitas vezes sustentam famílias inteiras”. O historiador ressalta que municípios com bons Índices de Desenvolvimento Humano (IDH) possuem também mais ofertas de empregos industriais. “É o caso de Siqueira Campos, onde a arrecadação com a indústria supera a realizada com a Prefeitura e outros setores. Jaguariaíva e Arapoti, que cresceram bastante nos últimos anos, também são exemplos de cidades mais industrializadas”.  A diversificação da economia seria a chave para o desenvolvimento regional. “O turismo sempre é lembrado como uma possibilidade. Programas de apoio à agricultura familiar, introduzindo novas tecnologias e produtos com perspectiva de mercado também são importantes”. Ele frisa os investimentos necessários em infraestrutura. “A duplicação das rodovias PR-092 e BR-153 seria um grande incentivo econômico, tanto para os agricultores, como para atração de empresas e turismo”.
Fonte: Folha de Londrina.

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