Mariana Franco Ramos/Grupo Folha
"Não se trata de avaliar se o governo dele (Lula) foi ou não foi bom, o quanto ele fez ou não pelo povo brasileiro (...) A mesma ressalva se faz em relação ao Partido dos Trabalhadores", afirmou Deltan, acrescentando que o petista foi "o grande general que determinou a realização e a continuidade da prática dos crimes". Ainda de acordo com ele, os valores de corrupção somam mais de R$ 87 milhões, sendo que R$ 3,7 milhões teriam sido pagos "dissimuladamente" a Lula, por meio de um "upgrade" no imóvel. O período investigado vai de 2006 a 2016.
Foram denunciados também o ex-presidente da OAS Léo Pinheiro, o arquiteto e ex-executivo da empreiteira Paulo Gordilho, o presidente do Instituto Lula, Paulo Okamotto, o ex-executivo da OAS Agenor Franklin Magalhães Medeiro, o ex-presidente da OAS Investimentos Fábio Hori Yonamine e ainda Roberto Moreira Ferreira, ligado à OAS. Cabe à Justiça definir se eles se tornarão ou não réus, por corrupção ativa, passiva e lavagem de dinheiro.
O petista nega ser o proprietário do triplex, que pertencia à Bancoop (Cooperativa dos Bancários) e foi adquirido pela OAS. A Polícia Federal (PF) assegura, contudo, que ele é sim o verdadeiro dono. O inquérito elenca mais de uma dezena de testemunhas que afirmam que o ex-presidente teria supervisionado pessoalmente as obras de reforma. Além de concluir que a construtora presenteou Lula com o apartamento, a PF informou que os móveis e eletrodomésticos usados para mobiliá-lo custaram R$ 1,1 milhão.
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