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quinta-feira, 18 de julho de 2019

MENSAGENS INDICAM QUE SÉRGIO MORO INTERFERIU NAS NEGOCIAÇÕES DE DELAÇÕES

O capítulo da “Vaza Jato” revelado nesta quinta-feira, 18, numa parceria da Folha de São Paulo com o siteThe Intercept Brasil volta a um tema já revelado pela revista Veja: a interferência do então juiz, hoje ministro da Justiça e Segurança Pública, Sergio Moro, na negociação de delações.
A partir de suposta troca de mensagens entre membros da força-tarefa da operação Lava Jato, a reportagem indica Moro avisou aos procuradores que só homologaria as delações de dois executivos da Camargo Corrêa se a pena proposta a eles incluísse pelo menos um ano de prisão em regime fechado. Pela legislação, juízes não devem participar de negociações para acordos de colaboração premiada, apenas verificar a legalidade dos tratados após sua assinatura.
Os diálogos mostram que, em 23 de fevereiro de 2015, o procurador Deltan Dallagnol, chefe da força-tarefa da Lava Jato em Curitiba, escreveu ao também procurador Carlos Fernando de Lima, que conduzia as negociações com a Camargo Corrêa, para sugerir que Moro fosse consultado sobre a delação. “A título de sugestão, seria bom sondar Moro quanto aos patamares estabelecidos”, disse Deltan, se referindo às penas que seriam impostas aos delatores. Carlos Fernando contestou: “O procedimento de delação virou um caos”. Para ele, tal procedimento representava “um tipo de barganha onde se quer jogar para a plateia, dobrar demasiado o colaborador, submeter o advogado, sem realmente ir em frente”.

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