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domingo, 21 de agosto de 2016

OLIMPÍADAS BRASIL VENCE ALEMANHA NOS PENALTIS E É OURO

Assim que mandou na rede a bola decisiva para o Brasil brilhar no tão sonhado ouro olímpico, Neymar deu apenas alguns passos e se ajoelhou sobre o gramado. Outros grandes craques já repetiram esse gesto no Maracanã. Parece estar no inconsciente deles essa adoração quase messiânica pelo templo com tanta história ali vivida. Mas, no fundo, poderia estar no inconsciente de Neymar que naquele momento ele tinha a seu lado um "senhor" de 66 anos, de cabelos brancos mas algumas plásticas pelo rosto, escrevendo uma página para a eternidade, um momento único.
O velho senhor Maracanã acabara de alcançar o lugar mais alto no pódio do que se chama ainda de templo sagrado do futebol. O Maracanã já fora palco das decisões dos mais importantes torneios do mundo. Copa do Mundo? Teve duas, 1950 e 2014. Copa América, com as principais seleções sul-americanas?  Em 1989. Mundial de Clubes ou, como se chamava antes, Intercontinental? Pode até escolher. Tanto o de 1963 (Intercontinental) como o de 2000 (Mundial de Clubes). Libertadores? Sim, em 2008.
Maracanã, Brasil x Alemanha Rio 2016 (Foto: Adriano Vizoni/Folha de S.Paulo/ NOPP)Maracanã, Brasil x Alemanha na decisão da Rio 2016: o ouro que faltava (Foto: Adriano Vizoni/Folha de S.Paulo/ NOPP)
Faltava apenas a disputa dessa medalha para o estádio ter o top 5 das competições. A briga pelo ouro. Antes desse 20 de agosto, apenas estádios olímpicos tinham esse privilégio. Tanto o de Munique como o de Roma já batiam não só o gigante brasileiro como também Wembley, de Londres, o Azteca, da Cidade do México, e outro olímpico bem conhecido, o de Berlim.
Dos três estádios agora considerados os mais completos em decisões, o Maracanã é o mais velho. Inaugurado em 1950, acabou no primeiro ano se tornando palco da até pouco tempo maior tragédia brasileira no esporte: a derrota na final da Copa para o Uruguai por 2 a 1. O gol de Ghiggia foi a primeira cicatriz desse senhor. Treze  anos depois, em 1963, houve a remissão dos pecados ao servir de casa do Santos na vitória por 1 a 0 sobre o Milan na decisão do Mundial Interclubes. Detalhe: sem Pelé, machucado, entrou brilhantemente Almir Pernambuquinho. para comandar a festa do Peixe, bicampeão mundial.
Depois foi a vez de a Seleção dar a volta olímpica ao derrotar o Uruguai por 2 a 0 na final da Copa América. de 1989 (lembram do show do Romário?). E quem não se recorda também que o ex-maior estádio do mundo abrigou o Mundial de Clubes da Fifa, que acabou substituindo o Intercontinental? O Vasco de um Romário envelhecido e Edmundo perdeu o título nos pênaltis para o Corinthians, após empate no tempo normal e prorrogação. E mais um que usava o estádio como casa tombava para o visitante.

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