A Black Friday contaminou o varejo brasileiro. De perfume a imóveis, todos os segmentos apostam na promoção para desempoeirar o estoque. Até dólar e título de renda fixa foram incluídos nas ofertas da ação de vendas que pretende animar o mercado para uma corrida às compras de fim de ano, apesar dos resultados tímidos do varejo até agora. De acordo com levantamento do site e-bit, certificadora de lojas virtuais no Brasil, foram movimentados R$ 1,16 bilhão na Black Friday de 2014, ou 867% a mais sobre o faturamento dos lojistas em uma sexta-feira normal.
Cabe ao consumidor estar atento para não ser seduzido por oportunidades duvidosas, como falsos descontos. Acompanhar o preço dos produtos é a primeira providência para conseguir avaliar se a oferta é de fato vantajosa e se o desconto vale à pena. Mas há outros detalhes que merecem ser observados para não transformar a Black Friday em “black fria” ou “black fraude”, apelidos que a promoção conquistou no mercado brasileiro durante edições anteriores, em que comerciantes maquiaram as ofertas, aumentando preços antes de aplicarem os descontos.
O coordenador do Procon em Londrina, Rodrigo Brum Silva, divulgou uma lista de recomendações para que os consumidores não sejam enganados durante as compras da Black Friday. Entre os itens, um ponto se destaca: “não se engane, a Black Friday é boa para o consumidor, mas é melhor ainda para o empresário”, alerta Silva.
Ele chama a atenção para o aumento na possibilidade de fraudes, principalmente nas compras eletrônicas. “Com a grande facilidade de se criar sites na internet, alguns grupos se especializaram em ações criminosas dessa natureza, criando sites novos que oferecem produtos desejados pelo consumidor, mas muito abaixo do preço normal de mercado, e acabam não entregando”, alerta o coordenador do Procon.
Dicas
Avaliar a necessidade da compra do bem, condições de pagamento, entrega e juros nas prestações são outras orientações que técnicos do site de comparação de preços Zoom elencaram para ajudar o consumidor a decidir. Confira as dicas:
Pesquisa de preços – Apesar do frenesi da promoção, nem sempre todos os produtos da loja são vendidos com desconto. As ofertas, em geral, estão concentradas em itens que precisam ser desovados dos estoques. Vale ficar atento aos modelos e versões que podem sair de linha e dificultar a manutenção. Além de saber quanto o produto custava antes da promoção, é importante comprar as ofertas entre os lojistas, durante a promoção. E aqui vale avaliar condições de pagamento e juros embutidos nas prestações.
Ideal para você – a infinidade de configurações e funcionalidades dos elétricos e eletrônicos pode confundir o consumidor. Importante ter em mente as reais necessidades em relação ao equipamento que pretende adquirir, para não levar menos do que precisa ou pagar por mais do que vai usar. A Zoom promete reformar sua equipe de especialistas de atendimento no site, para ajudar com dúvidas sobre características mais importantes dos aparelhos como smartphones, notebooks, TVs e eletrônicos em geral na virada do dia 26 para 27 de novembro, dia D da promoção.
Reajustes futuros – Quem procura equipamentos eletrônicos precisar de atenção em dobro. O segmento vai perder incentivos tributários a partir de dezembro e os preços serão reajustados. O governo federal suspendeu a isenção da cobrança de PIS/Pasep sobre os aparelhos. A informação ajuda na avaliação da oferta, comparando preços anteriores e o que pode vir por aí a partir de 2016.
Prazo de entrega – Essa vale para quem pretende bancar o Papai Noel com as compras da Black Friday. Se o volume de vendas confirmar a expectativa dos varejistas, o prazo de entrega pode acabar comprometendo a festa da família. Vale certificar-se dos compromissos que a loja assume para entregar o produto, no caso das encomendas no comércio eletrônico.
Cálculo do frete – Ao avaliar a oferta, é preciso observar taxas de entrega que mudam de acordo com o endereço do comprador. Dependendo do valor, o desconto pode ser insuficiente para compensar a compra.
Lojas confiáveis – A reputação do varejista será importante para garantir a entrega da encomenda e questões de segurança nas transações comerciais. Observe chaves e ferramentas que blindam dados do cliente, como o cadeado que aparece no endereço do site, bem como se o endereço começa com o ‘https.//.’ Evite computadores de terceiros e acessos públicos, mais vulneráveis a ataques virtuais. Ofertas discrepantes com a média do mercado podem esconder fraudes. Na dúvida, vale ligar para o SAC da loja e checar CNPJ, informações obrigatórias em sites de e-commerce.
Direitos do consumidor – O cliente tem prazo de até sete dias a partir do recebimento do produto para desistir da compra. O produto pode ser devolvido mesmo sem apresentar defeito e o lojista deve ressarcir o comprador, incluindo o valor do frete.
Troca de produto – Mercadorias com defeito compras na internet também podem ser trocadas. Há prazos diferentes para fazer a reclamação na loja virtual, que mudam conforme o produto. Eletrodomésticos, eletrônicos e bens duráveis, a queixa pode ser feita em até 90 dias. Produtos não-duráveis, 30 dias. As informações constam nos contratos, é importante checar, pois também há garantias dos fabricantes. A loja tem prazo de 30 dias para apresentar a solução, que pode ser a substituição do bem, devolução do valor pago ou abatimento proporcional do preço, se o cliente ficar com o produto defeituoso.
Condições de troca – Devolver é diferente de troca por defeito, que também não é igual a troca por insatisfação com o desempenho. A política de troca é diferente em cada fornecedor e vale conferir se o site permite troca por cor ou tamanho, por exemplo. Neste caso, em geral, os custos de frete são por conta do cliente.
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