Em um ano marcado por economia fraca e projeção de crescimento negativo do Produto Interno Bruto (PIB), o brasileiro teve que apertar o cinto, conter gastos e economizar. No mundo da política, a realidade é outra: os seis deputados - três estaduais e três federais - com base em Londrina e região custaram R$ 1,693 milhão aos contribuintes, mas isso só no que diz respeito à cota paga pela Câmara Federal e pela Assembleia Legislativa do Paraná (Alep) para os gastos com os seus mandatos. O valor não inclui os salários dos parlamentares e nem dos assessores. Ali estão apenas gastos com a estrutura dos mandatos, como passagens aéreas, combustíveis, alimentação e aluguel de escritórios, entre outros. Somados, os três deputados federais gastaram R$ 907,3 mil. Já no caso dos estaduais, a conta ficou em R$ 785,7 mil.
O JL fez um levantamento dos gastos dos parlamentares com base nos dados disponibilizados nos sites da Câmara Federal e da Alep. Entre os federais, o porcentual de gastos varia de 61,39% a 79,14% da cota. Entre os estaduais, o porcentual vai de 87,23% a 99,78% do que foi disponibilizado no período.
Na bancada estadual, o deputado que mais gastou foi Cobra Repórter (PSC), que consumiu 99,78% da cota nos primeiros nove meses de mandato – os deputados estaduais assumiram em fevereiro e ainda não apresentaram a prestação de contas de novembro. Na bancada federal, quem mais gastou foi Luiz Carlos Hauly (PSDB), com 79,14% do valor disponível.
Federais
Até novembro Hauly tinha gastado R$ 335.183,50 (a prestação de contas do mês ainda não está completa), valor que supera os R$ 262.786 gastos no ano passado. O tucano atribuiu o aumento de gastos à inflação e à intensa atividade política no Congresso. “Esse é o ano da maior atividade do parlamento desde que eu estou no Congresso, há 25 anos”, justificou. Além da manutenção do escritório em Londrina e compra de passagens aéreas, o deputado afirmou que os gastos são feitos com pareceres para os seus projetos e não têm “nada de anormal”.
Marcelo Belinati (PP), que de janeiro a novembro gastou R$ 312.141,40, está em seu primeiro mandato e por isso não há como comparar com o ano anterior. Os gastos representam 73,7% do valor disponibilizado até aqui. O parlamentar disse que procura “economizar em tudo”. “Temos um gasto fixo que é o escritório parlamentar que eu montei em Londrina. Tenho feito também um trabalho de divulgação do mandato e contato com a população”, afirmou. Ele lembrou que, apesar de ser autorizado, não investe em propaganda em jornal, rádio e televisão – o que poderia elevar os gastos. “Tudo o que eu posso eu tento economizar, priorizando sempre o trabalho de prestação de contas”, reforçou.
Alex Canziani (PTB), que gastou R$ 259.999,50 até novembro (61,39% do disponibilizado), disse que tem procurado “em função do ano difícil, diminuir a quantidade de recursos usados” no gabinete. O petebista gastou até aqui menos que em 2014, quando o seu gabinete custou R$ 356.034,20. JL
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