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domingo, 4 de janeiro de 2015

SE O ESTADO NÃO INVESTIR NO ENSINO, O QUE SERÁ DA SOCIEDADE

Por Liliane Pereira.


Vi escrito numa rede social, logo após a vitória do nosso excelentíssimo
 governador do Paraná, que professor nunca está satisfeito
 e reclama demais.
 É claro que professor reclama demais, pois após passar horas
preparando aulas,
muitas vezes ao invés de professar o conhecimento,
 tem que mediar conflitos, lidar com alunos desinteressados que só
 ficam a mexer nos seus celulares. Sem contar quantas vezes é
ofendido por simplesmente querer dar aula.No Estado do Paraná
 dizem que não
há dinheiro para ser investido na educação.
Como não há, se o governo do Paraná gastou R$ 70 milhões
em publicidade
 nos três primeiros trimestres de 2014, de acordo com dados
publicados no Diário Oficial?
Como se não bastasse, [em novembro] Richa resolveu dar
um presentinho “grego” aos educadores, mandando fechar
 [turnos de] escolas do Paraná. O motivo, segundo o governador,
 está ligado à crise que o Estado vive.
E assim vamos engolindo, como sempre, mais uma decisão
 arbitrária, em que há falta de respeito com os educadores,
 com os alunos, com a sociedade. Não tem ponto final.
Para que gastar dinheiro
 com turmas pequenas, com poucos alunos? O bom mesmo
 é sala lotada, 40 alunos por sala, assim o professor não
 consegue ministrar adequadamente o conteúdo e, certamente,
 formará cada vez menos cidadãos críticos e participativos.
Para os mais desinformados ou desinteressados pelo ensino
, a culpa é única e exclusivamente do professor que, ao não
 fazer uso de uma metodologia interessante e ao não usar
 tecnologias em sala, não tem despertado a atenção dos alunos.
 Como se, diante dos problemas mais sérios que temos no ensino,
 um tablet fizesse muita diferença.
É certo que há professores que não preparam direito
as suas aulas. É certo também que há professores pouco
politizados. Mas há também muitos educadores extremamente
preparados e dedicados e, que apesar dos inúmeros problemas
 e baixos salários, dedicam-se ao máximo, ensinando seus
alunos com disciplina e energia.O governador tem o dever
 de investir mais na educação e isso pode começar cortando
 tantos gastos com benefícios pessoais.
Se o estado não investir no ensino, o que será da sociedade? 
Eu me pergunto o que mais pode acontecer, após fechamento
 de escolas, suspensão da eleição direta para diretor, atraso
 nas bolsas dos professores da Educação Básica participantes
 do PDE e “contingenciamento” afetando as universidades
 estaduais,
 entre outras coisas? Pois é, caro leitor, devo lembrá-lo
 que o
 segundo mandado nem começou e o melhor está por vir.
*Professora de Língua portuguesa na rede pública
de ensino e estudante especial do doutorado no
 Programa de Pós Graduação da UEL - Linguagem
e Educação. jl.

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